Economia Titulo Unctad
País em desenvolvimento deve focar mercado interno
15/09/2010 | 07:10
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Para garantir a expansão da atividade econômica, os países em desenvolvimento devem focar suas políticas de crescimento em ações que fortaleçam os mercados internos e também apostar num aumento, conjunto, da produtividade das empresas e do salário dos empregados. A avaliação consta do relatório anual da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento), divulgado ontem mundialmente.

No entender dos economistas responsáveis pelo trabalho, o consumo doméstico dos Estados Unidos não será mais o "motor de crescimento" global. Eles apontam, ainda, que a China não conseguirá assumir o papel da economia norte-americana, pelo menos no curto prazo. "Nessa situação, muitos países em desenvolvimento que se tornaram excessivamente dependentes das exportações precisam fortalecer a demanda doméstica para garantir o seu crescimento e permitir a criação de empregos", afirmam os responsáveis pelo relatório.

"A China não pode compensar os Estados Unidos. O consumo chinês é apenas um oitavo do norte-americano", afirmou Alfredo Calcagno, economista sênior da Unctad e um dos autores do trabalho.

Diante deste cenário, os economistas defendem que os países em desenvolvimento devem reorientar suas políticas macroeconômicas para aumentar o poder de consumo em massa e incrementar os investimentos. Esses elementos, em conjunto, podem gerar mais empregos e combater a pobreza, indicam os autores do estudo. "Temos que revisar a forma como se vê emprego e salário", disse Calcagno. "Os governos precisam mexer em suas caixas de ferramentas para fazer com que salários cresçam com a produtividade das empresas."

Juros baixos - Para que o processo sugerido seja viável, os países em desenvolvimento precisam manter o custo do crédito baixo, ou seja, ter taxas de juros em patamares que não inviabilizem os investimentos das empresas. A apreciação cambial excessiva deve ser combatida.




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