Começa hoje, em todo o País, a implantação da portabilidade numérica de telefonia. O sistema permitirá que o cliente mantenha o número de sua linha fixa ou móvel, mesmo trocando de companhia.

Por determinação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a nova operadora escolhida pelo usuário poderá cobrar taxa de até R$ 4 para realizar a transferência. Mas as principais operadoras que atuam no Estado - como Claro, Vivo e Telefônica - já se anteciparam e afirmaram que não vão cobrar pelo serviço.

O prazo para essa transferência é, até 10 de março de 2010, de cinco dias úteis. Após essa data, o prazo cai para três dias úteis. Durante o processo de transferência, o cliente poderá ficar, no máximo, duas horas sem receber sinal da operadora e é possível realizar quantas transferências o usuário desejar.

Prazos - A Anatel adotou um cronograma para a ativação gradual do serviço de portabilidade, com o objetivo de garantir o funcionamento das redes e das centrais das prestadoras e minimizar o impacto dos atendimentos.

O prazo de implantação começa hoje e vai até 1º de março, de acordo com o código DDD da cidade (veja cronograma ao lado). A primeira etapa, que atenderá às cidades das regiões de Marília e Barretos, no Estado de São Paulo, além de regiões do Espírito Santo, Minas, Paraná, Goiás, Piaui e Mato Grosso do Sul, totalizam 17,5 milhões de assinantes, o que representa 10% dos acessos em serviço no Brasil.

Pelo cronograma definido pela Anatel, o código de área 11, que corresponde ao Grande ABC, entrará em vigor apenas na última fase, entre 23 de fevereiro e 1º de março do próximo ano.

A manutenção do número poderá ser realizada entre telefones fixos ou entre celulares, Não é possível transferir o número de um telefone fixo para uma linha móvel. A manutenção terá, ainda, de respeitar a mesma área urbana, ou seja, dentro de uma região que tenha o mesmo código DDD.

Exceções - Segundo a Anatel, a Nextel é um tipo de serviço móvel especializado e, por isso, os usuários dessa rede não podem migrar de operadora. A portabilidade também não atinge outros serviços como o Skype ou VoIP.

Mercado de telefonia móvel continua aquecido

A tecnologia GSM continua em expansão e na liderança do mercado, com mais de 115 milhões de acessos (85,336%).

Na opinião de Davi Toledo Fernandes, da consultoria de telecomunicações Teleco, a telefonia celular cresce muito - em assinantes e penetração - porque tem atingido cada vez mais o pessoal de baixa renda com promoções de aparelhos e as formas de pagamentos e créditos disponíveis na compra. "No pré-pago, a pessoa não tem nenhum tipo de obrigação contratual com a operadora e pode passar meses sem inserir créditos sem nenhum problema. Desta forma fica fácil e pouco custoso ter um celular", afirma.

A economista Francine Mendes Souza afirma que cerca de 53% das pessoas das classes D e E possuem celular, nas classes C são 70% e nas A e B, corresponde a 84%. Segundo ela, o plano mais escolhido no Brasil é o pré-pago, mas são com os celulares pós que as operadoras arrecadam mais. Para ela, a conta do celular já faz parte da despesa mensal, por isso, é preciso ter controle. "É necessário escolher a operadora que ofereça mais vantagens. Outra dica é cortar o correio de voz e mandar torpedos ao invés de ligar", recomenda.

Participação - Segundo dados da Anatel, a Vivo permanece na liderança do mercado brasileiro de telefonia móvel, com 30,25% de participação - tinha 30,36% em junho. A TIM, com 25,26% de participação (tinha 25,4%) mantém a segunda colocação. A Claro sustenta 24,92% de participação (tinha 24,87%) e permanece na terceira colocação do ranking.

Limite gastos com celular

O número de aparelhos celulares continua a crescer no País e, com ele, a preocupação do consumidor com a conta mensal. Segundo consultores do setor, os clientes têm usado o celular com mais moderação e, principalmente, optado por planos que limitam as ligações. As operadoras não divulgam os números, mas admitem que a venda desse tipo de plano tem aumentado.

Segundo Davi Toledo Fernandes, da consultoria de telecomunicações Teleco é possível economizar com o celular, aproveitando-se das promoções feitas pelas operadoras, como as ligações gratuitas dentro da própria rede da mesma operadora ou serviços, como chamadas para determinados números ou amigos cadastrados, com tarifa diferenciada.

Para quem usa muito o celular, é importante também ficar atento às promoções das operadoras. Em muitos casos as empresas lançam a oportunidade e, se o cliente não se cadastrar, fica de fora pagando a mais pelo serviço.

Em promoções de tarifa diferenciada, o custo do minuto no celular pode sair até mais barato que o telefone fixo.

Na opinião de Reinaldo Domingos, consultor e autor do livro Terapia Financeira, o celular virou moda. Ele afirma que às vezes é necessário ser radical e tomar medidas drásticas para cortar os excessos. "É preciso trocar o pós para o pré-pago, que estabelece limite de gastos; ou passar um período sem créditos, só recebendo chamadas", comenta.

Domingos sugere colocar no papel o desembolso mensal com a conta do celular. O ideal, segundo ele, é gastar, no máximo, 3% do salário.

Foi o que fez o estudante de administração de empresas, Bruno Amorim Gaefke, de 22 anos. "Com o pós-pago, estava gastando cerca de R$ 100 por mês", afirma. "Hoje, tenho o pré e gasto R$ 50 por mês."

O economista Yvon André de Shamberry Gailard, de 23 anos, também limitou suas despesas em R$ 50 por mês. "Tenho celular pós, mas com plano limitado; se acabar, acabou", explica.

Forte expansão - Em julho, a Anatel registrou o maior número de adesões de celulares dos últimos dez anos: 1.856.596 novos números. Com esse resultado, o Brasil acumula 135.330.980 assinantes no SMP (Serviço Móvel Pessoal). Do total de acessos, 80,99% são pré-pagos, e 19,01%, pós-pagos. (Vivian Costa)


Comparar preços é a saída para controlar as despesas

Comparar preços entre operadoras de telefonia móvel pode ser trabalhoso, mas é a melhor alternativa para quem não quer sentir as ligações pesarem no bolso. Entre diversos planos e valores, vale a pena ponderar o horário de maior utilização da rede e o volume médio de ligações por mês.

Na linha de pré-pagos da Tim, os valores variam conforme o pacote adquirido, assim como no pós-pago. Com o plano mais básico, o minuto varia entre R$ 0,79, para telefones ‘prediletos', e R$ 1,59 para chamadas locais em horário comercial.

A Vivo também oferece possibilidades para quem não deseja receber conta no final do mês. Na primeira, o minuto para telefones móveis da mesma operadora sai por R$ 1,44; para fixos ou outras redes, R$ 1,54.

Para os usuários da rede Claro, o plano básico fica em R$ 1,39 o minuto, independente do horário, em ligações para telefones fixos ou móveis, de quaisquer operadoras. Um outro plano oferece alternativa para aqueles que utilizam o celular em horário noturno. Em horário normal, é cobrado R$ 1,61/minuto, no entanto, no período noturno as ligações podem ser feitas a R$ 0,82/minuto.

Corporativo - O mundo corporativo também tem opção para reduzir os gastos com as ligações. A Nextel, operadora de telefonia de sistema especializada, oferece preços competitivos para usuários da mesma rede.

No plano básico, além da mensalidade de R$ 70, o minuto para celular de qualquer operadora ficam em R$ 0,60 e as conexões via rádio, R$ 0,40.

No plano que tem 800 minutos inclusos para quaisquer telefones móveis, a mensalidade fica por R$ 99. O minuto adicional custa R$ 0,50 e as ligações no sistema de rádio são ilimitadas. (Bárbara Ladeia)