Cultura & Lazer Titulo Samba Mínimo
Juliana Amaral alterna samba e Brecht
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25/06/2008 | 07:04
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O Samba Mínimo que Juliana Amaral faz hoje e nas próximas duas quartas-feiras nada vai interferir na qualidade do show. Muito pelo contrário, a intérprete de doce voz promete endossar muito bem o ditado dos sábios que diz que "menos é sempre mais". O nome escolhido para intitular o show diz respeito à adequação ao espaço onde ele será apresentado e também aos novos arranjos feitos sobre seis das 14 canções incluídas em seu último álbum, Juliana Samba, lançado no fim do ano passado, além de outras de compositores contemporâneos, como Fred Zero Quatro e Arnaldo Antunes. "São arranjos simples, somente para voz, violão (Gian Corrêa) e percussão (Samba Sam e Ricardo Valverde)", conta.

Juliana criou esse novo show, em um formato mais intimista, quando foi convidada a cumprir temporada no Ópera Buffa, na Praça Roosevelt, às terças-feiras de março e abril. "É um teatro fora de circuito e o dia também era fora de circuito. Ainda assim tive público, fui super bem recebida", relembra. Deu tão certo que agora Juliana transferiu o mesmo show para o Espaço Décimo Terceiro Andar do Sesc Avenida Paulista, que comporta cerca de 50 pessoas.

A proximidade com o público também impulsionou Juliana a pensar o novo show como um espetáculo de dança ou uma peça teatral - com começo, meio e fim. Para realizar a costura entre as músicas, a cantora selecionou poemas de Bertolt Brecht (De Todas as Obras), Paulo Leminski (Sossega Coração e Roupas no Varal) e Ana Cristina Cesar (Cartilha da Cura e Psicografia). "Escolhi poemas que criassem esse elo com a questão urbana e contemporânea que abordo no show. Os poemas possuem várias camadas de sentido. Obviamente, não serve como cartilha para entender o show."

Diz um trecho do poema De Todas as Obras, de Brecht: "De todas as obras humanas, as que mais amo/são as que foram usadas/ Os recipientes de cobre com as bordas achatadas e com mossas/Os garfos e facas cujos cabos de madeira/foram gastos por muitas mãos: tais formas/são para mim as mais nobres."

Apadrinhada pelo sambista carioca Moacyr Luz, a intérprete ainda espera levar ao Rio os repertórios de Juliana Samba e Samba Mínimo, que ainda incluem Samba a Dois, de Marcelo Camelo, e Canta, de Wilson Batista, entre muitas outras.

Juliana Amaral - Show. No Sesc Paulista - Av. Paulista, 119, São Paulo. Tel.: 3179-3700. Às quartas, 20h. Ingr.: R$ 8. Até 9 de julho.




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