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É possível prevenir o suicídio

S.Caetano reúne nesta 2ª especialistas para discutir tema
considerado tabu; a região registra um caso a cada 5 dias

Por Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
10/09/2012 | 07:00
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Quem tem a intenção de cometer suicídio dá antes diversos sinais. Portanto, é possível prevenir que a pessoa tire a própria vida, garantem especialistas. Métodos de prevenção e formas de ajudar quem enfrenta o problema serão discutidas no 1º Simpósio de Prevenção do Suicídio de São Caetano, realizado hoje, Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

O Grande ABC registra um caso do tipo a cada cinco dias, segundo o Ministério da Saúde. Entre 2000 e 2010, 845 pessoas tiraram a própria vida na região, a maioria jovens do sexo masculino, entre 20 e 30 anos. As estatísticas são do Ministério da Saúde.

O evento, realizado a partir das 20h no Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação (Rua Tapajós, 300, bairro Barcelona), terá palestras do Corpo de Bombeiros, da psiquiatra do Hospital de Emergências Albert Sabin Flávia Ismael, da psicóloga do Cise (Centro Integrado de Saúde e Educação da Terceira Idade) Márcia Neves, e de Carlos Correia, do Programa de Apoio Emocional e Prevenção do Suicídio do CVV (Centro de Valorização da Vida).

Correia destaca que o objetivo é chamar a atenção da sociedade e do poder público para tema considerado tabu. "A pessoa dá sinais de que vai chegar a esse extremo. O que falta muitas vezes é o entendimento por parte de quem convive com ela."

O representante do CVV explica que o evento será aberto a qualquer um que tiver interesse no tema, principalmente formadores de opinião, como líderes religiosos e professores. "Eles são capazes de identificar a tristeza e angústia excessiva porque lidam diretamente e diariamente com os mais diversos tipos de pessoas."

A psicóloga Márcia Neves destaca que um dos principais sintomas de quem pretende acabar com o sofrimento dessa forma tão drástica é o sentimento de que não se consegue sair da situação em que se encontra. "Não há melhora da depressão, a angústia é muito grande, e é comum escutar frases como ‘não consigo mais' ou ‘não tenho mais forças'".

A especialista destaca que, nesses momentos, falta quem possa ouvir e dar apoio. "Não se deve dizer jamais ‘isso vai passar'. É necessário tentar ajudar com palavras amigas. Muitas vezes é o que basta para mudar a ideia do suicídio."

Márcia afirma ainda que os motivos que levam alguém a tirar a própria vida mudam conforme a idade. "Os mais jovens estão descontentes e não sabem lidar com as frustrações, enquanto os idosos têm dificuldades para encarar a solidão, muitas vezes comum nessa fase da vida."

Região oferece atendimento especializado

Os serviços de Saúde municipais oferecem atendimento especializado para pessoas que têm intenção ou tentaram cometer suicídio.

Em Santo André, a referência é o Serviço de Emergência Psiquiátrica do Centro Hospitalar Municipal. Em casos em que se verifica ideias suicidas, há encaminhamento para os Naps (Núcleos de Atenção Psicossocial).

Em São Bernardo, agentes do Programa Saúde da Família fazem visita à residência da pessoa para que ela seja atendida pelo psicólogo ou psiquiatra da UBS mais próxima. Se o profissional verificar que a tentativa de suicídio foi motivada por transtorno psíquico ou psiquiátrico mais grave, o paciente será acompanhado no Caps (Centro de Atenção Psicossocial).

Em São Caetano, o atendimento de adultos também é feito no Caps. Já menores de 18 anos são encaminhados à Unidade de Saúde da Criança e do Adolescente.

Além de encaminhar para o Caps, em Diadema a UBS que atende o paciente é notificada. Em Mauá, há o programa de Saúde Mental, que realiza atendimento quando há risco iminente.

Em Ribeirão Pires, os moradores contam com os Caps ou o Ambulatório de Saúde Mental. Rio Grande da Serra não respondeu.

 




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