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Efeitos da queda do real dominam Cúpula do Mercosul
Por Do Diário do Grande ABC
06/05/1999 | 13:58
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O impacto da desvalorizaçao do real no Mercosul e na América Latina passou a ser um dos temas centrais de debates na Quinta Cúpula Econômica do Mercosul (Mercosur Economic Summit), organizado pelo World Economic Forum. Embora os temas das sessoes paralelas, que começam nesta quinta-feira, abordem problemas diferentes, entre eles os desafios do Mercosul no próximo milênio, ou como incrementar a competitividade do bloco regional ou até mesmo o que os investidores esperam da economia regional, a crise no Brasil e a sua eventual recuperaçao nao deixam de transformar-se no tema central das discussoes. Nesta quinta, os ministros Luis Felipe Lampreia e Celso Lafer participam de duas sessoes paralelas, onde serao debatidos esses assuntos.

Nesta quarta à noite, durante a abertura oficial da cúpula econômica, que nao vai contar pela primeira vez com todos os líderes do Mercosul, o presidente chileno eduardo Frei lembrou que crescimento e a estabilidade econômica na América Latina sao áreas onde onde foram concentrados todos os esforços dos países da regiao.

Durante o discurso de abertura da sessao plenária, o presidente chileno lembrou ainda que a América Latina deixou de lado o protecionismo para poder participar do processo de globalizaao do mundo. Para isso, acrescentou Frei, "precisamos, no entanto, construir uma base sólida para os acordos e tratados já existentes". "Somente unidos poderemos enfrentar as grandes naçoes desenvolvidas", acrescentou Frei, no momento em que o Mercosul passa por mais uma fase crítica depois da desvalorizaçao do real.

A Argentina, por exemplo, tem usado a mudança cambial no Brasil como subterfúgio para adotar medidas protecionistas, atendendo os apelos do setor privado argentino, que , em termos perdeu a competitividade de seus produtos.

Frei lembrou ainda que a América Latina é uma das regioes que mais investimentos estrangeiros diretos tem recebido nos últimos anos. Respondendo a uma pergunta sobre por que o Chile ainda nao se transformou em sócio pleno do Mercosul, o presidente chileno resumiu: por causa da quesao tarifária. Hoje, a tarifa única de importaçao é de 10% e vai cair para 6% até o ano 2003. Já a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul varia de 0 a 20%, com uma média de 13% a 14%.

Já o novo presidente do Paraguai, Luiz González Macchi, fez um discurso político para tentar mostrar que o país conseguiu superar a crise política que quase provocou um golpe de Estado. "Na América Latina nao há mais espaço para caudilhos e líderes messiânicos e essa prova foi dada por meu país", afirmou aos mais de 500 participantes da Cúpula Econômica do Mercosul. Em rápida entrevista à imprensa, Macchi prometeu que seu governo se empenhará para acabar coma a pirataria. "Queremos oferecer aos investidores um país em ordem e com regras claras", finalizou.




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