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Incerteza econômica e política eleva vendas de imóveis
01/09/2002 | 21:34
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Grandes construtoras e imobiliárias encerraram agosto com o melhor desempenho mensal de vendas deste ano. As turbulências no mercado financeiro, com disparada do dólar e a redução na rentabilidade dos fundos de investimento, além das incertezas eleitorais, provocaram um aumento na procura por imóveis novos e usados, tanto para investimento como para moradia. O alvo dos negócios é, especialmente, apartamento e casa de alto padrão. Para aproveitar a maré favorável, há até construtoras que decidiram antecipar lançamentos.

“Agosto foi para nós o melhor mês do ano até agora”, afirmou o diretor de Novos Negócios da Lopes Consultoria Imobiliária, Tomas Salles. No mês passado, só com lançamentos, a imobiliária faturou R$ 120 milhões, o dobro do mesmo período de 2001. Em julho, o acréscimo na comparação anual havia sido de 47%. A perspectiva é fechar o ano com vendas de R$ 1,3 bilhão com imóveis novos.

Na análise de Salles, as pessoas estão com medo de empobrecer porque o real se desvalorizou em relação ao dólar. Além disso, ele afirmou que existe uma certa insegurança quanto aos rumos da política econômica do novo governo. Um exemplo da maior procura por ativos reais foi o ritmo acelerado das vendas de um dos empreendimentos comercializados pela imobiliária. Em apenas 30 dias foram passadas as escrituras de 68 apartamentos no Tatuapé, cada um custando R$ 240 mil.

Demanda boa – A Coelho da Fonseca é outra imobiliária que sentiu o aquecimento do mercado. Em 40 dias, a empresa vendeu 70% de um centro médico em Higienópolis, cujos consultórios custam cerca de R$ 120 mil. Entre os compradores, há profissionais da área médica e investidores. “Não há corrida para o imóvel, mas uma boa demanda”, disse o presidente da imobiliária, Álvaro Coelho da Fonseca.

Em julho e agosto, sua empresa registrou crescimento de cerca de 30% nas vendas de imóveis novos e usados. Para o empresário, a conjuntura atual é única para estimular o mercado: “Os fundos viraram um palavrão e o dólar ficou instável. A alternativa mais segura passou a ser o imóvel”.




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