A baiana Maria das Graças de Oliveira Silva, mais conhecida como dona Nega, comandava desde 1985 uma famosa roda de samba no Parque João Ramalho, em Santo André. Suas festas de São Cosme e Damião, em prol sobretudo da criançada do bairro, também ficaram famosas.

Há três semanas, ela morreu, aos 56 anos, vítima de problemas cardíacos. Mas o legado permanece durante apresentação da Comunidade Boteco de Dona Maria na lanchonete do Sesc da cidade, como parte do evento Boteco do Miécio. A entrada é franca.

A integração da comunidade na programação especial de Copa do Mundo - que tem como homenageado o cartunista Miécio Caffé - ficou acertada antes da morte de dona Nega. Além dos convidados cariocas, devem participar da apresentação alguns filhos da baiana (ela deixou nove) e outros músicos que ela recebeu nos anos em que dirigia um bar. "Minha mãe sempre foi uma mulher que adorava lidar com gente, e o samba era uma grande paixão na vida dela", afirma Alvis Silva Damasceno, 27 anos, que, com o irmão gêmeo Elvis são os caçulas da família.

O contato com músicos cariocas, inclusive, nasceu da vontade de agitar as rodas de samba. "Ela começou a trazer os compositores do Zeca Pagodinho para tocar aqui e a amizade cresceu. Tanto que ela e o Monarco passaram a se chamar por comadre e compadre e o Wilson Moreira deve ser padrinho de casamento de uma das minhas irmãs", diz Alvis.

Boteco do Miécio - Comunidade Boteco de Dona Maria - Apresentação amanhã, às 17h. No Sesc Santo André (lanchonete) - Rua Tamarutaca, 562. Tel.: 4469-1200. Entrada franca.