Política Titulo Denúncia
MP apura conluio de tucanos de Sto.André

Denúncia aponta ajuda a correligionário em concurso público para cargo de professor da Fatec

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
11/08/2014 | 07:06
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Denis Maciel/DGABC


O Ministério Público investiga eventual conluio de dirigentes do PSDB de Santo André em concurso público para professor na Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo) de Osasco, denominada Professor Hirant Sanazar. Denúncia protocolada no órgão estadual aponta que três integrantes da executiva andreense do partido, encabeçada por Ricardo Torres, participaram diretamente da comissão julgadora do processo seletivo, realizado em fevereiro, que elegeu um correligionário ao cargo efetivo.

A bancada que aprovou o tucano Eduardo Muller Nunes, tesoureiro da executiva andreense, ao posto de professor era formada pelo próprio Torres, Ivan Christo (componente do diretório) e Fábio Brisotti da Silva, secretário-geral do PSDB da cidade. Houve quatro inscrições deferidas para a vaga. Nunes obteve o primeiro lugar na classificação para fazer parte do corpo docente da instituição. Um dos candidatos foi reprovado e os outros dois nomes ausentes. Conforme a acusação, o esquema trata-se de aparelhamento político da máquina pública.

De acordo com o documento oficializado junto ao MP, os envolvidos, “todos de comum acordo”, cometeram em tese o crime de tráfico de influência, previsto no artigo 332 do Código Penal, que diz respeito a obter, para si ou para outros, vantagem ou promessa de benefício, em manobra de induzir funcionário público no exercício da função. O texto complementa que o episódio, protagonizado pelos dirigentes do tucanato de Santo André, direcionou, ao que tudo indica, de forma ardil (tática para enganar) o resultado do concurso.

O procedimento foi registrado na promotoria no dia 30, requerendo a averiguação dos fatos apresentados. Em março, o Diário noticiou o caso destacado na denúncia.

A acusação frisa que os integrantes da sigla são graduados em Direito e, portanto, conhecedores da legislação. Na denúncia, o documento acrescenta ainda que Christo é professor da Fatec de Osasco e diretor de serviços acadêmicos, tendo como prerrogativa, inclusive, assinar portarias da entidade. “O caso pode ser uma das maiores imoralidades ou pior podendo ser até (situação) de tráfico de influência”, cita o documento.

Procurada, a assessoria do Centro Paula Souza, responsável pela gestão das Fatecs, não se posicionou sobre o assunto. Torres não foi encontrado para comentar o episódio. 




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