Depois de muita conversa e concessões de todos os lados, o prefeito de São Bernardo, William Dib (PSB), anunciou ontem a chapa que disputará, do lado governista, a sucessão municipal: o ex-chefe do Executivo Maurício Soares (PSB), como candidato a prefeito, e o deputado estadual Orlando Morando (PSDB), como vice.

Baseado em pesquisas internas, consultas informais e no feeling de Dib, o prefeito afirmou que escolheu “o que há de melhor no grupo” para 2008. Maurício, que tentará assumir o Paço pela quarta vez, reafirmou o que já vinha dizendo há algum tempo: seu vice preferido era o chefe de Gabinete da Prefeitura, Osmar Mendonça (PSDB).

“São razões pessoais, emocionais e de companheirismo com o Osmar ao longo de nossa trajetória. Mas a vida não é sempre do jeito que a gente quer. O Dib me fez entender que eu precisava aceitar o Morando, já assim é quase certeza de ganharmos no primeiro turno”, disse Maurício.

Dib assegurou que não foi necessário convencer o ex-prefeito. “Não é convencimento e sim uma realidade. Se fosse pela coração do Maurício, eu não teria sido vice dele (em 2001). Ele é honesto ao dizer de seus sentimentos, mas existem decisões que não podem ser tomadas só pela emoção.”

O ex-prefeito também tratou de afastar boatos de que sua saúde estaria debilitada. “Fiquei doente há quatro anos (quando renunciou a Prefeitura, passando o cargo para seu vice, William Dib), mas me tratei e depois de um ano já estava bom.” Pelo menos até o início do ano, Maurício, que é secretário de Ações Comunitárias, não pretende deixar a administração.

Morando, que há pouco tempo disse que não aceitaria a “medalha de prata”, adotou um discurso conciliador. “Coloquei minha pré-candidatura a prefeito de maneira clara. Mas quem está em um grupo tem de estar preparado para receber e dar apoio. Isso não me diminui.” Ele disse que não desistiu do projeto de conquistar a principal cadeira do Paço Municipal.

Conhecido também por brigar com seus vices – já se desentendeu com Djalma Bom e Maurício de Castro –, Maurício Soares brincou com a possibilidade de haver também um racha com seu candidato a vice. Em tom de descontração, foi taxativo ao dizer o que faria nessa situação: “Eu ponho ele para fora.” Morando esboçou apenas um sorriso.

Depois, o socialista falou sério. “Hoje estou mais maduro e menos impaciente. Isso não vai ocorrer.”