Setecidades Titulo Filhos com necessidades especiais
Mães cobram atrasos na entrega de fraldas em Diadema

Famílias dizem que problema é antigo, mas se agravou desde o início da pandemia

Por Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
28/07/2020 | 00:01
Compartilhar notícia


Moradores de Diadema reclamam de atraso de pelo menos dois meses na entrega de itens de higiene como fraldas e lenços umedecidos pela Prefeitura à famílias cujos filhos possuem alguma deficiência. O fornecimento dos itens cumpre decisões judiciais. Além da falta, familiares relatam que, muitas vezes, não conseguem retirar todos os materiais porque, segundo informações que recebem da Secretaria de Saúde do município, os itens estão em falta.

A dona de casa Ana Aparecida Cruz de Morais, 34 anos, cuida do filho Gustavo Oliveira de Morais, 16, diagnosticado com paralisia cerebral e que necessita do uso de fralda diariamente. Desde 2015, quando foi decretada a sentença de que Ana poderia retirar os insumos, os problemas com os atrasos já aconteciam e agora, por causa da pandemia, a distribuição piorou. “Fui até a Defensoria Pública, que estava fechada, não consegui, tento falar por telefone, mandar e-mails e não me ajudam. Na Secretaria (de Saúde) é a mesma coisa”, lamenta.

Moradores do bairro Inamar, Gustavo utiliza sete fraldas por dia e o ideal seria receber 24 pacotes com 216 fraldas por mês. “Estes dois meses que não consigo buscar, me viro para conseguir comprar ou recebo doações de conhecidos. Vai ser assim até eu conseguir pegar as fraldas”, conta Ana, que sabe de pelo menos mais 18 mães que estão com o mesmo problema.

Os transtornos também refletem na residência da dona de casa Maria das Dores Vidal, 34, e de seu filho, João Vitor Alexandre de Menezes, 14, diagnosticado com microcefalia e paralisia cerebral. A moradora do bairro Vila Conceição explica que, após dois meses sem receber as fraldas, conseguiu retirar alguns itens no início do mês, porém, em quantidade insuficiente para 15 dias. “Recebo, geralmente, 240 fraldas, mas neste mês veio a metade”, conta. “Além disso, o problema também está na qualidade das fraldas. Preciso colocar duas a três fraldas por cima no meu filho, o que, é claro, não dá até o fim do mês. Troco a fralda dele de seis a sete vezes por dia”, detalha Maria, que conseguiu o benefício em 2014. Além das fraldas, João Vitor aguarda por nova cadeira de rodas, autorizada pela Defensoria Pública, mas o processo ainda não foi concluído por causa da pandemia.

Também no bairro Inamar, a dona de casa Sueli Santos de Oliveira, 35, que cuida de sua filha, Giovanna Oliveira da Silva, 15, diagnosticada com autismo e epilepsia, comenta que o problema está no recebimento dos lenços umedecidos. “Antes mesmo da pandemia, ganhei a sentença de que eu poderia receber os lenços da minha filha, mas desde o mês passado isso não acontece. Quando cobramos, alegam (Secretaria da Saúde) que estão sem estoque”, avalia Sueli, que recebe as fraldas desde 2015.

Questionada, a Prefeitura de Diadema disse que entregou os itens para a família de João Vitor no início do mês, mas não explicou por que a quantidade foi menor do que a solicitada. Sobre Gustavo Oliveira, a administração alegou que está finalizando processo licitatório e a previsão é que a entrega ocorra na próxima quinzena. Sobre o caso de Giovanna Oliveira, o Paço não deu explicações. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;