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Assembleia vira abrigo de petistas derrotados na região

Quatro deputados do PT do Grande ABC nomeiam
políticos ou indicados que perderam pleitos passados

Humberto Domiciano
Do Diário do Grande ABC
28/05/2017 | 07:00
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Montagem/DGABC


 Ana do Carmo, Luiz Fernando Teixeira, Luiz Turco e Teonílio Barba, os quatro deputados estaduais petistas do Grande ABC, mantêm pelo menos 20 políticos derrotados ou ligados a grupos que perderam as eleições de 2016 em seus gabinetes na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Conforme levantamento feito pelo Diário, o escritório político de Luiz Fernando Teixeira abriga Alfredo Luiz Buso, que foi secretário de Planejamento Urbano e Obras da gestão do ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho e acabou preso na Operação Hefesta, no final de 2016 (veja quadro ao lado).

Luiz Fernando também é o primeiro secretário da mesa diretora e, por conta disso, tem direito de nomear mais cargos em sua estrutura. Neste espaço estão trabalhando mais três ex-titulares de Pastas na administração de Marinho: José Albino (Governo), José Alexandre Pena Devesa (Esportes) e José Cloves (Obras).

O parlamentar defendeu as nomeações e atribuiu o número de indicações à sua atuação regional. “Procuro sempre ter os melhores quadros, meu gabinete tem uma característica política e quem me assessora atua no Grande ABC. A primeira secretaria é um órgão administrativo e político e faz relação com os 94 deputados. As escolhas para aquela estrutura obedecem ao mesmo critério”, pontuou o petista.

Por sua vez, Ana do Carmo possui em seu escritório o irmão de Luiz Marinho e presidente do PT de São Bernardo, Brás Marinho, além de Analucia Domingues Bebiano Secoli, mulher do ex-prefeiturável Tarcisio Secoli.

A deputada destacou, por meio de nota, que utiliza critérios técnicos e políticos nas indicações para o gabinete e que laços políticos “não favorecem especificamente as escolhas”.

Já no gabinete de Teonílio Barba trabalham os ex-vereadores de Diadema Zé Antonio e Manoel Eduardo Marinho, o Maninho. Para Barba, os dois políticos possuem qualificação técnica para os postos. “Maninho e Zé Antonio foram vereadores, têm competência, conhecem a região e podem fazer trabalho político, encaminhar demandas e representar o mandato”, defendeu.

Luiz Turco nomeou, em 2017, Carlos Sanches e Alberto Alves de Souza, ambos ex-secretários do ex-prefeito de Santo André Carlos Grana. Turco acredita que a acomodação obedeceu a mudanças em seu gabinete. “Após dois anos fizemos alterações na nossa estrutura. O Carlão foi coordenador da campanha e está cuidando da relação com os municípios. O Alberto é funcionário de carreira da Prefeitura de Santo André e temos direito a contar com até dois servidores nessas condições. Ambos possuem muita importância para o meu mandato”, explicou.

Na opinião do cientista político Edson Nunes, o apadrinhamento de políticos nos gabinetes obedece a uma lógica de compensação política. “É natural quando um partido perde eleição que as nomeações contemplem mais quadros partidários, causando certo inchaço e isso se aplica a todas as legendas”, analisou.




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