Cultura & Lazer Titulo Indefinição
Jazz Sinfônica de
Diadema sob o
fio da navalha

Grupo corre o risco de extinção com fim de repasse de verbas da Prefeitura para seu funcionamento

Por Vinícius Castelli - Do Diário do Grande ABC
21/06/2013 | 07:00
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André Henriques/DGABC


O trabalho da Banda Jazz Sinfônica de Diadema pode estar com os dias contados. Grupo profissional da Secretaria de Cultura de Diadema, com parceria da Associação Musical de Diadema, a banda é ativa desde 2001. Os artistas tinham apresentação marcada para hoje na cidade, mas resolveram cancelar.

De acordo com o diretor artístico da banda, Paulo Assis, a Prefeitura disse que não repassará mais, a partir do dia 1º, a verba que mantém a entidade em funcionamento. “A nova gestão rompeu o convênio. O Executivo alega que o modelo está desgastado. Querem modificar, mas não dizem como nem quando. Eles já deveriam ter passado um outro modelo”, afirma Assis.

Segundo ele, os profissionais da Jazz Sinfônica – que no total somam 31 – estão desanimados e sem saber o que esperar da situação. “Tememos pelo futuro. Com essa indefinição da nova gestão, corremos o risco de acabar com esse projeto. Ninguém nos tranquiliza.”

Em nota, a Prefeitura se limitou a dizer que “está avaliando todos os modelos de parcerias que existem na municipalidade”. Diz ainda que a população não terá nenhum “prejuízo nos serviços oferecidos pela Cultura”. Segundo a assessoria de imprensa do município, a APBD (Associação Projeto Brasileiro de Dança), que integra a Cia. de Danças Diadema, e Associação Musical Diadema (AMD), que converge os integrantes da Banda Jazz Sinfônica, da Lira Musical Diadema e da Casa da Música, também estão na pauta e em avaliação.

Comentários sobre o fim do grupo surgiram no Facebook. Em resposta a um dos posts, o secretário de Cultura Gilberto Moura se manifestou e disse que a situação financeira da Prefeitura é bastante delicada e que todos os convênios estão sendo avaliados. “A possível otimização desses recursos – convênios – pode gerar uma economia de mais de R$ 1 milhão, que poderá ser gasto com manutenção, materiais para as oficinas, difusão e reforma”, escreveu ele em algum dos trechos.

Diante desse impasse, a Jazz Sinfônica, que foi convidada pela segunda vez para participar do Montreux Jazz Festival, renomado festival de música na Suíça, teve de dizer ‘não’ ao convite. Outro trabalho que, segundo o diretor, corre risco de ser cancelado, é a produção de um CD. “Estamos no meio do processo de mixagem de um disco que nem sei mais se vai sair”, conta.

“Estamos vendo a morte da nossa banda”, afirma o maestro Todd Murphy. “Não temos o apoio da Secretaria de Cultura. Estamos lutando para sobreviver”, diz.




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