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Juíza põe ordem na eleição de Mauá
Anderson Rodrigues
e Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
22/10/2004 | 09:18
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O nível da campanha eleitoral neste segundo turno em Mauá desceu tanto que a juíza Ida Del Cid foi obrigada a chamar nesta quinta os candidatos Márcio Chaves Pires (PT) e Leonel Damo (PV) para dar uma bronca e exigir acordo entre ambos que permita acabar com as baixarias nesta reta final. A troca de acusações por meio de publicações e com uso de carros de som se tornou tão intensa que nesta quinta virou caso de polícia, com apreensão de material de ataques a Damo e de um carro que circulava pela cidade reproduzindo gravação que fazia falsa acusação envolvendo Márcio Chaves no assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT).

Ela deu um prazo até esta sexta às 9h para que os dois candidatos apresentem soluções para o problema. Os dois prefeituráveis serão representados pelos seus advogados.

Damo disse estar decepcionado com a quantidade de publicações que soltaram contra ele. "Eu não fiz nenhum jornal com críticas ao candidato do PT, enquanto eles fizeram muitos contra mim. Hoje (quinta) mesmo, meus advogados tiveram de entrar na Justiça com cinco representações de busca e apreensão de material", disse. "Mas a população de Mauá me conhece e não vai acreditar nas mentiras que estão falando a meu respeito", completou.

O verde disse que a juíza está preocupada que algo de mais grave venha a acontecer envolvendo militantes dos dois lados. "A juíza quer que façamos um acordo", afirmou.

Ao deixar o cartório eleitoral, Márcio foi categórico: "A campanha descambou". O candidato também se diz perseguido pela campanha adversária e pede paz. "Estão tentando me desequilibrar. No sábado, um caminhão de som parou na porta da minha casa afirmando: 'Aqui mora um assassino'. Ele (Leonel) perdeu todo o respeito. Tudo o que parte da minha campanha eu assumo, o que não tem ocorrido do outro lado. Sempre fui a favor de uma trégua, já que estou sendo atacado há muito tempo", disse.

Para Márcio, alguma atitude deve ser tomada urgentemente. "Daqui a pouco, cada um fará comício nas duas pontas de uma rua. E isso pode gerar violência".

Espaços - Até mesmo a questão da utilização de espaços públicos foi parar na Justiça. O PT tinha reservado por 30 dias a avenida Portugal, local onde são realizados os principais shows. A coligação de Damo se sentiu prejudicada e recorreu à Justiça solicitando também o direito de usar o local para os seus eventos na reta final da campanha.

Para contornar a situação, a juíza eleitoral Ida Del Cid reuniu quarta-feira à noite advogados das duas coligações para tentar chegar a um acordo. O verde terá direito de usar a Portugal nos dias 22, 23, 25 e 26 e o PT, nos dias 24, 27, 28.

"Existe o princípio da igualdade e isso não estava sendo obedecido e por isso procuramos a Justiça que nos garantiu o direito reservar o local que só o PT poderia. Para não trazer problemas para ninguém, foi feito um acordo", disse o advogado da coligação de Damo, Edgar Deniz.

O coordenador da campanha de Márcio, o deputado estadual Donisete Braga, disse que o entendimento foi bom para todos.




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