Setecidades Titulo Ônibus municipais
Consórcio descarta
revisão das tarifas

Manifestantes fizeram protesto no prédio da entidade;
Luiz Marinho afirma que o assunto está fora da pauta

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
05/02/2013 | 07:00
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Após mais um protesto contra o aumento das tarifas dos ônibus municipais na região, prefeitos das sete cidades descartaram rever o valor das passagens. Os bilhetes foram majorados no fim do ano passado e passaram a custar entre R$ 3,20 e R$ 3,30. A manifestação foi feita no prédio do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, onde os mandatários se reuniram na manhã de ontem.

O presidente da entidade e prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), afirmou que o tema não será discutido pelo colegiado. "Não há possibilidade de o Consórcio revogar os decretos (que determinaram os aumentos), até porque não temos autoridade para isso. No entanto, cada cidade tem liberdade para rever, se assim achar necessário", explicou.

Enquanto Marinho atendia à imprensa, os outros seis prefeitos do Grande ABC estavam na mesma mesa e foram questionados pela equipe do Diário se iriam cancelar os decretos. O único que afirmou que não irá reduzir a tarifa foi Donisete Braga (PT), de Mauá. Os demais não se manifestaram.

Em contrapartida ao reajuste, Marinho diz que irá negociar com o Estado a implementação de integrações tarifárias entre linhas municipais e intermunicipais. Segundo o petista, será marcada para os próximos dias reunião com o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, para discutir o tema. "Com a integração, o custo das viagens para o usuário fica menor", comentou o prefeito.

Para justificar a porcentagem do aumento em Santo André, São Bernardo, Mauá e Ribeirão Pires - de 13,8% - Marinho afirmou que a alta foi inferior à inflação registrada desde 2011, quando houve a última majoração. No entanto, o acumulado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) nos últimos dois anos foi de 12,34%. O indicador mede a inflação oficial do País.

Comissão com cerca de 15 manifestantes foi atendida pelo secretário executivo do Consórcio, Luís Paulo Bresciani, e pela coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) de Mobilidade, Andrea Brisida. Bresciani reiterou o posicionamento de Marinho, de que a revisão dos preços não está na pauta da entidade. Ele se comprometeu a entrar em contato com os demais prefeitos para que também recebam os manifestantes.

O grupo, que já organizou protestos em todas as cidades da região, marcou reunião para a tarde de quinta-feira com o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), para apresentar as reivindicações. No dia 18, o comitê organizou ato em frente à Prefeitura andreense. Na ocasião, Grana aceitou receber representantes do movimento, mas nenhum deles quis ir ao gabinete do prefeito.

No dia 13, protesto no Centro de Mauá acabou em pancadaria depois que os rebeldes bloquearam a entrada do terminal de ônibus. Seis pessoas ficaram feridas.

Cidades pedem verba para mobilidade

O Consórcio Intermunicipal irá apresentar ao governo federal projeto para a execução de obras viárias prioritárias para a região. O objetivo será pleitear verbas da União para o desenvolvimento das ações. Durante este mês, será feita a escolha das intervenções mais importantes, que serão apresentadas para análise em reunião do colegiado no dia 4. Com as propostas em mãos, o presidente da entidade e prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), pretende marcar audiência pública com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

Segundo o petista, o levantamento das medidas mais importantes a serem tomadas será feito pela empresa de consultoria que foi contratada por R$ 1 milhão para a elaboração do Plano Regional de Mobilidade. Marinho não soube informar se será necessário aumentar o valor do investimento.

Entre as obras citadas pelo prefeito estão a duplicação da Rodovia Índio Tibiriçá e o prolongamento do trecho de Santo André da Avenida Lauro Gomes. Não há previsão de quanto será gasto. A Prefeitura de Santo André diz que enviará à União ‘projeto viário ousado', mas não informou qual será a proposta.

No dia 18, Marinho apresentará em reunião extraordinária proposta para a criação de ciclofaixas de lazer e programa de empréstimo de bicicletas na região. O sistema seria semelhante ao Sancabike, já em funcionamento em São Caetano. Se a indicação for aceita, o Consórcio terá de lançar chamamento público para ver se outras empresas têm interesse em prestar o serviço. No mesmo dia, temas ligados à Saúde também estarão em pauta.




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