Internacional Titulo
Mil pessoas estão desaparecidas após afundamento de navio no Egito
Da AFP
05/02/2006 | 16:59
Compartilhar notícia


Cerca de mil pessoas continuavam neste domingo na lista de desaparecidos do ferry "Al Salam 98", que naufragou há dois dias em águas infestadas de tubarões no Mar Vermelho, com 1.415 passageiros e tripulantes a bordo.

As equipes de resgate continuavam procurando sobreviventes neste domingo. O último balanço oficial provisório dá conta de 378 sobreviventes e 185 mortos. A contagem dos mortos permanece inalterada desde a sexta-feira e as equipes de resgate ainda dedicam seus esforços à busca por sobreviventes.

Mas segundo a imprensa egípcia, restam poucas esperanças. "O Egito está de luto", intitulou o jornal Al Masri Al Yom.

Embora pareça ter havido um incêndio no ferry que fazia o trajeto entre o Egito e a Arábia Saudita, as circunstâncias exatas do naufrágio ainda não foram esclarecidas.

Alguns sobreviventes criticaram a atitude da tripulação e do capitão egípcio, Sayed Omar, que, segundo eles, foi o primeiro a pular em um bote salva-vidas.

Muitas famílias reunidas no porto de Safaga, no Egito, onde deveria atracar o "Al Salam 98", manifestaram sua ira com a falta de informações sobre os parentes desaparecidos. Na manhã deste domingo houve novos incidentes. Uma ambulância que circulava vazia foi apedrejada por parentes das vítimas

"Vi um casal que abraçava seu bebê antes de pularem todos juntos na água. Não sabiam nadar. Vi mulheres, crianças, todas essas pessoas morreram", disse Saud Habib El Hotebi, um professor saudita de 26 anos, hospitalizado em Hurgada, outro porto egípcio no Mar Vermelho.

Esta foi uma das piores catástrofes marítimas do mundo. O ferry egípcio de registro panamenho pertencia à companhia Al Salam Maritime Transport e levava a bordo 1.415 pessoas: 1.318 passageiros e 97 tripulantes.

O barco partiu do porto de Duba às 19h35 locais e após uma travessia de 180 km era aguardado às 03h30 (23h30 de Brasília) em Safaga, outro porto turístico, situado 600 km a sudeste do Cairo.

Entre os passageiros do "Al Salem 98" havia 1.200 egípcios de origem humilde que trabalhavam nos países do Golfo ou voltavam da peregrinação à Meca, além de 100 sauditas.

O ministro egípcio do Transporte, Mohamed Mansur, confirmou os depoimentos dos sobreviventes, segundo os quais um incêndio causou estragos no ferry durante três horas até que a embarcação acabou afundando.

Mas embora a princípio tenha-se falado de um problema no motor do barco, depois as autoridades egípcias afirmaram que as chamas começaram em um caminhão que estava no compartimento de carga da embarcação. A maioria dos sobreviventes disse que o incêndio começou na sala das máquinas.

Segundo os especialistas, o incidente não pode explicar o afundamento tão rápido do barco. "Tudo isto é uma fábula", explicou Sayed Wahda, professor de mecânica da Universidade de Aim Shams, que considera que a instabilidade anormal do ferry aconteceu devido à exagerada elevação de suas plataformas para aumentar a capacidade.

Em 1991, outro ferry egípcio, o "Salem Express", naufragou no Mar Vermelho quando fazia o trajeto entre Jidá, na Arábia Saudita, e Safaga, no Egito, matando 500 pessoas.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;