Setecidades Titulo No Mário Covas
Paciente espera cirurgia
de coluna há três anos

Por conta das dores, idosa parou de andar; unidade
de Santo André não considera procedimento urgente

Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
17/01/2013 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Quando a paciente Maria de Andrade, 61 anos, de Santo André, colocou prótese de quadril há 17 anos, não imaginava as consequências que o procedimento traria hoje.

Segundo avaliação médica, com o passar dos anos, a prótese que liga o fêmur (osso da perna) ao quadril causou sobrecarga no joelho, o que provocou escoliose neuromuscular. Desde então, há três anos, a aposentada está na fila para cirurgia corretiva no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, onde já recebeu encaminhamento para o procedimento.

As dores se tornaram insuportáveis e obrigaram a paciente a utilizar cadeira de rodas e muletas. Aos poucos, os movimentos ficaram limitados. A cada consulta com o médico-cirurgião, renovava-se a esperança da marcação da cirurgia. "Fui chamada pelo menos sete vezes. A última foi em dezembro. Me deixavam em jejum para o procedimento, mas sempre informavam que não havia mais vagas na UTI. Até ligavam antes para pedir doações de sangue (geralmente utilizadas após cirurgias)", lembra. Entre as datas informadas estão 6 e 17 de agosto. O hospital, no entanto, nega que todos esses procedimentos foram remarcados.

De acordo com a paciente, as datas selecionadas pelo médico-cirurgião, identificado como Luciano Miller, não eram repassadas para a ala cirúrgica. Ou seja, não foram oficializadas. Mesmo assim, ela compareceu em todas as ocasiões e voltou para casa com dores acentuadas.

No dia 7, Maria procurou a emergência do hospital para tentar acelerar o processo. "Não estava aguentando de dor. Passei por raio X e informaram que meu fêmur está atrofiando. Tudo por causa do desvio na coluna."

Mesmo com o diagnóstico em mãos, informaram que a consulta com o cirurgião estaria disponível apenas em agosto. "Até lá todos os meus exames já venceram de novo."

Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde justificou a demora ao informar que a cirurgia da paciente é considerada eletiva, ou seja, sem urgência. A previsão, segundo a Pasta, é que ela passe pela cirurgia até março, sem data prevista.

Em outubro, o hospital divulgou que 2.473 pacientes estão na fila à espera de cirurgia. Operações ortopédicas estão entre as mais concorridas. A espera média é de dois anos.




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