Política Titulo Apadrinhamento
Marinho quebra o silêncio sobre indicação

Petista diz ter usado critérios técnicos para alocar filha de líder do MST na Secretaria de Obras

Por Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
17/09/2013 | 07:00
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O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), finalmente comentou a indicação da arquiteta Janaína Almeida Stédile, filha do líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stédile, contratada pelo petista para exercer em comissão o cargo de chefe de divisão de projetos e obras públicas, departamento vinculado à Secretaria de Obras.

“O critério foi técnico, basta olhar o currículo dela”, limitou-se a dizer Marinho, que ficou bastante irritado com o questionamento.

O petista quebrou o silêncio uma semana após o Diário revelar que Janaína terá salário de R$ 6.679,16, pelo cargo apadrinhado. Ela se inscreveu para mestrado em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Mackenzie.

Desde a semana passada, a equipe do Diário tenta contato com Janaína, mas ela foi blindada pelo governo Marinho para não dar declarações ao jornal.

O pai da arquiteta é formado em Economia pela PUC (Pontifícia Universidade Católica). Gaúcho de Lagoa Vermelha, Stédile tem 59 anos, foi um dos fundadores do MST e até hoje lidera o movimento em defesa da reforma agrária.

Apesar de não ser filiado ao PT, Stédile sempre demonstrou afinidade com o petismo, principalmente nos oito anos de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal líder político da sigla e padrinho político de Luiz Marinho.

ALOPRADO

O critério técnico justificado por Luiz Marinho para nomear Janaína Stédile para trabalhar em São Bernardo foi o mesmo utilizado por ele para nomear o ex-vereador de São Caetano Hamilton Lacerda (PT) como diretor de programas e projetos do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

Para desempenhar a função, Hamilton, que é formado em Engenharia, tem contracheque de R$ 9.587,21.

O petista foi alvo de polêmica em 2006, quando figurou no escândalo dos ‘aloprados’. Ele era coordenador da campanha do atual ministro da Educação, Aloízio Mercadante (PT), ao governo do Estado, quando integrantes do PT foram presos pela Polícia Federal em um hotel na Capital, ao supostamente negociar dossiê contra o então candidato do PSDB ao Palácio dos bandeirantes, José Serra (PSDB).

Marinho também apadrinhou o retorno de Hamilton ao PT em 2010. Ele havia se desfiliado em 2006, devido à repercussão do caso.




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