Já estão praticamente definidos os nomes dos deputados federais que vão substituir os titulares à beira da cassação ou da renúncia. A maioria dos novatos obteve nas eleições de 2002 um número de votos muito inferior ao do time sob ameaça de suspensão. Os substitutos vivem o fim de semana sob a possibilidade de assumir mandato pela primeira vez a menos de um ano das eleições de 2006.

Mantidos os nomes dos suplentes e a fidelidade deles aos partidos pelos quais se elegeram, o governo Lula tende a perder não apenas parte de suas principais lideranças no Congresso, mas também ficar com um número fisicamente menor de aliados.

Os nomes podem mudar porque é possível deslocar o primeiro da fila de substitutos para fora ou para dentro do governo. Exemplo: quarto suplente, Jair Meneguelli poderia entrar na vaga de um dos quatro petistas de São Paulo caso eles caiam. Meneguelli, de São Caetano, está fora da Câmara porque dirige o Sesi, mas nada impede o presidente Lula de pedir a Meneguelli que deixe o posto para defender o governo na planície, tomando para si uma eventual sobra de cadeira na Câmara. Se Meneguelli permanecer no Sesi, sobra espaço para outro suplente, quinto da lista, José Antônio Bachim (PT).

A filiação partidária também pode mudar porque o suplente mantém o mandato mesmo que mude de partido após assumir o cargo. Em alguns casos, o deputado que hoje pertence à base aliada foi eleito em 2002 por meio de ampla coligação com outros partidos. No momento em que sai, ironicamente dá a vez a um integrante do bloco da oposição ao governo. Exemplo: se deixar o cargo, cassado ou por renúncia, o aliado Pedro Henry (PP-MT) muito provavelmente dará lugar a Helmute Augusto Lawisch (PFL-MT).

Na atual lista de cassáveis e renunciáveis existem 12 integrantes da base governista (seis do PT, quatro do PP, um do PL e um do PMDB) e apenas um da oposição (Roberto Brant, do PFL).

  Se houver a substituição total dos atuais titulares por suplentes haverá no futuro dez governistas (quatro do PT, dois do PMDB, dois do PP, um do PCdoB, um do PL) contra três integrantes da oposição (PSDB, PFL e PDT).