Política Titulo Operação Nix
Adjunto cai após ação do MP em S.Bernardo

Deflagrada na quarta, operação fez busca na Secretaria de Serviços Urbanos, chefiada por vice-prefeito

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
26/04/2019 | 07:00
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Reprodução/Facebook


Operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em São Bernardo, na quarta-feira, custou o cargo do secretário-adjunto de Serviços Urbanos, Mário Orsolan, exonerado no fim da tarde de ontem. Chefiada pelo vice-prefeito Marcelo Lima (PSD), a pasta foi alvo de busca e apreensão, no âmbito da Operação Lix, deflagrada para desmontar fraudes em licitações e crimes de organização criminosa, dispensa ilegal de certame e corrupção ativa e passiva.

De acordo com o MP-SP, foram cumpridos, com apoio do Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar, cinco mandados de busca e apreensão em São Bernardo – na secretaria e em uma empresa – e um na Capital. Ainda segundo a Promotoria, na residência de um dos agentes públicos foram apreendidos R$ 135 mil em dinheiro e na casa de outro servidor foram encontrados cerca de R$ 8.500 em espécie.

O MP, porém, não revelou os locais que foram alvos da operação, quem são os agentes públicos flagrados com montante em dinheiro em casa nem qual empresa está envolvida no caso.

Questionado pelo Diário, o MP se limitou a informar que a investigação segue sob sigilo. A Promotoria também não detalhou quais contratos da Prefeitura de São Bernardo estão sob suspeita. “(Os valores encontrados na casa dos agentes públicos) foram depositados em conta judicial e aguardam eventual comprovação da licitude da origem. Ademais, ainda foram apreendidos oito computadores, cinco celulares, cinco HDs, cinco pendrives e documentos diversos. As investigações continuam e permanecem sob sigilo”, diz comunicado do MP.

A operação de anteontem foi o terceiro desdobramento da Operação Barbatana, deflagrada em 2017, que resultou na demissão do então secretário de Gestão Ambiental, Mário de Abreu (PSDB) – leia mais ao lado.

OUTRO LADO
Ao Diário, a Prefeitura de São Bernardo alegou que os contratos suspeitos “foram firmados na gestão passada (do ex-prefeito Luiz Marinho, do PT)”, mas também não disse qual acordo está sob suspeita.

Por outro lado, o governo do prefeito Orlando Morando (PSDB) decidiu pela exoneração do adjunto de Marcelo Lima para, segundo o Paço, “apresentar sua defesa”. “A Prefeitura de São Bernardo apoia a investigação realizada pelo Gaeco e aguarda liberação do processo para ter o conhecimento do teor da investigação, para cuidadosa análise das providências e medidas necessárias. Esta gestão não firmou novo contrato com a empresa mencionada. Os nomes envolvidos na investigação prestarão os esclarecimentos pedidos”, justificou o governo, por meio de nota.

Os mandados de busca e apreensão foram autorizados pela juíza Daniela de Carvalho Duarte, da 5ª Vara Criminal da cidade. Em seu despacho, a magistrada autoriza a apreensão de documentos na secretaria, “em especial, quanto à contratação relacionada ao manejo de resíduos sólidos”. A decisão, porém, não cita o nome da prestadora de serviço.

Então número dois na pasta de Serviços Urbanos, Mário Orsolan chegou a chefiar o setor por alguns meses, no ano passado, durante o afastamento de Marcelo Lima, que se desincompatibilizou do cargo para ser candidato a deputado federal – recebeu 53,9 mil votos.

Outros secretários deixaram o governo depois de investigações

A Operação Lix, deflagrada na quarta-feira pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), não foi a única investigação que causou demissão de integrantes do primeiro escalão de São Bernardo.

Em novembro de 2017, o então secretário de Gestão Ambiental, o vereador licenciado Mário de Abreu (PSDB), foi alvo da Operação Barbatana, também deflagrada pelo Gaeco. As investigações apontaram o tucano como responsável por venda de licenças ambientais mediante pagamento de propina e até venda de cargos comissionados. A Justiça chegou a decretar a prisão do ex-secretário, que recorreu.

Em maio do ano passado, foi a vez do então secretário de Assuntos Governamentais, Carlos Maciel, cair, sob suspeita de envolvimento em casos de corrupção. Ele foi alvo da Operação Prato Feito, da PF (Polícia Federal), que o acusou de agir em conluio com empresários para fraudar contratos relacionados à merenda escolar.

MAUÁ
Na época, a ação também causou a prisão do hoje prefeito cassado de Mauá Atila Jacomussi (PSB). Além de integrante do governo de São Bernardo, Maciel presidia, na ocasião, a FUABC (Fundação do ABC).




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