Esportes Titulo Ramalhão
Revoltado, atleta do Santo André agride fotógrafo do Diário

Após empate por 0 a 0 com Velo Clube, Michael
se irrita com torcida e profissional que cobria fato

Rafael Mendonça
Especial para o Diário
05/04/2015 | 07:03
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Claudinei Plaza/DGABC


A má atuação do Santo André  no empate por 0 a 0 diante do Velo Clube, no Bruno Daniel, e o distanciamento da equipe do G-4 da Série A-2 do Campeonato Paulista seriam um dos poucos fatos relevantes a serem citados sobre a fraca partida. Entretanto, após o duelo, o meia Michael se irritou com as críticas vindas por parte da torcida, deixou o vestiário e foi discutir com ela na entrada do estacionamento do estádio.

No trajeto, disse que “estava cansado dessa m...”. Em seguida, enquanto era contido por seguranças e outros jogadores, o meia se dirigiu ao fotógrafo do Diário Claudinei Plaza, que o acompanhou desde o vestiário e registrava o acontecido, e o agrediu com um soco, que atingiu sua câmera fotográfica. Transtornado, Michael continuou a tentar acertar o profissional, desta vez com chutes.

Na sequência, Claudinei passou a ser pressionado de forma agressiva por alguns atletas andreenses – entre eles, o goleiro Neto e o zagueiro Luiz Matheus – para apagar as fotos que havia registrado da confusão.

Michael estava acompanhado pela mulher e filhas, que estavam assustadas com o tumulto. Por mais de uma vez, ele precisou ser contido por companheiros de equipe e funcionários do clube para não ir enfrentar os torcedores. Em diversos momentos, a mulher do meia também precisou segurá-lo.

Já na parte interna do estacionamento, ainda visivelmente revoltado, o meia tentou acalmar seus familiares, mas em vão.

A torcida andreense, por sua vez, dirigia a Michael gritos de ‘chinelinho’, e também não poupava críticas à diretoria do clube, cobrando a efetividade do planejamento do ano. Alguns atletas foram isentados dos ataques. Aos poucos, a situação foi controlada com a chegada de policiais militares.

Aos 33 anos, Michael chegou ao Santo André no início de 2014. Teve passagens por equipes como Corinthians, Guaratinguetá e Avaí. Retornando de lesão, o meia entrou apenas na segunda etapa da partida de ontem. Mesmo com atuação discreta, fez com que o Santo André tivesse mais mobilidade na chegada ao ataque, porém o gol não saiu.

HISTÓRICO 

Esta não foi a primeira agressão a profissionais do Diário durante cobertura esportiva. No dia 29 de dezembro de 2000, no treinamento do São Caetano, que disputaria a final da Copa João Havelange, o repórter Nelson Cilo foi agredido pelo técnico Jair Picerni, logo após o treinador ter criticado a imprensa. 

Tadei e Marcinho afirmam que faltou calma ao meia

Em meio à situação conturbada após o empate do Santo André com o Velo Clube, o técnico do Ramalhão, Vilson Tadei, revelou ter pedido a Michael que tivesse a cabeça no lugar. “Pedi para que mantivesse a calma. Não é de agora que os torcedores o vêm hostilizando. É jogador experiente, sabe bem qual a maneira de se comportar neste momento”.

O treinador explicou como reverter o quadro. “Entendemos o fato e temos de tirar proveito disso, trazer o torcedor para o nosso lado e faremos isso conquistando resultados”, explicou.

Questionado sobre o fato de Michael ter dito que não atuaria mais pelo Santo André, Tadei afirmou que ele não falou nada sobre isso. Porém, Marcinho Guerreiro revelou que o meia realmente fez esta afirmação. “Ele chegou a comentar, mas acredito que foi de cabeça quente. Iremos passar tranquilidade a ele. Já vivi momentos como este no Palmeiras e acho que nada melhor do que dar a resposta em campo. Apesar de ter hora em que se está nervoso, é preciso ter calma”, contornou o volante. 




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