Principal prejudicado no caso do suposto ‘mensalinho' de São Caetano, o vereador Edgar Nóbrega (PT) considerou a absolvição recebida pela sindicância da Prefeitura como primeira vitória para provar inocência.

O relatório culpa o ex-secretário de Governo Tite Campanella (DEM) pela gravação que evidenciou a polêmica, mas arquivou a sindicância, pois ele já havia se desligado da Prefeitura.

"Essa história toda foi uma grande armação, usada de maneira indevida durante o processo eleitoral. É o primeiro passo para reforçar minha honestidade", disse Edgar.

O petista era candidato a prefeito quando o caso estourou. Por pressão partidária, ele renunciou à disputa e se afastou da presidência do PT municipal. A sigla, que almejava ampliar participação no Legislativo, também foi prejudicada e encerrou o pleito com apenas um parlamentar eleito. "Foi uma decisão avaliada em defesa do PT. Nesse momento, mais do que nunca, eu jamais faria algo que pudesse atrapalhar o partido."

Por outro lado, a promotora cível do Ministério Público Sorandy Aires Santos decretou segredo de Justiça no inquérito que investiga o suposto ‘mensalinho'. Os citados na gravação - além da dupla, vereadores petebistas Paulo Bottura e Gérsio Sartori - foram intimados e apresentaram defesa. O questionamento é se houve dano ao erário e enriquecimento ilícito. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) também avalia possibilidade de instaurar apuração. "Tenho certeza que esse episódio vai ser esclarecido", vislumbrou Edgar.

O vídeo gravado por Tite em 2009 e divulgado em agosto traz suposta negociação de R$ 100 mil para Edgar vencer a disputa pela presidência do PT e, consequentemente, fazer oposição branda. O ex-secretário ainda cita Bottura como suposto responsável do repasse de R$ 10 mil mensais, e Sartori de R$ 2.000.