Cultura & Lazer Titulo Cinema
Escaravelhos invadem os cinemas

Filme brasileiro traz às telonas clássico da
literatura sobre assassinatos em série de ruivos

Marcela Munhoz
14/04/2016 | 07:00
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Divulgação


Os escaravelhos não gostam de flores vermelhas. Elas se destacam entre as outras, anunciando a chegada do mal. Este é o pensamento de um assassino que tem obsessão por ruivos e assusta Vila das Flores, onde grande parte da população é formada por pessoas com os cabelos vermelhos. A trama policial que estreia hoje nos cinemas é destaque na maioria das salas da região. O nome do filme? O Escaravelho do Diabo. Sim, o mesmo do famoso livro.

A produção brasileira é adaptação feita por Melanie Dimantas e Ronaldo Santos da obra de Lúcia Machado de Almeida (1910 – 2005) com direção de Carlo Milani (saiba mais sobre o livro abaixo). Adaptação porque existem algumas diferenças entre livro e filme. Talvez a maior delas é que o protagonista não é um universitário e sim um garoto pré-adolescente (interpretado pelo ator Thiago Rosseti) que decide investigar os assassinatos após seu irmão ser brutalmente morto dentro de casa.

“No processo de adaptação, teve série de escolhas. Tivemos dificuldades que foram discutidas à exaustão. A história é um clássico, tem atemporalidade. Avaliando a adequação ao público atual, julgamos ideal mudar a perspectiva do protagonista. Nos pareceu mais interessante que fosse um menino, até porque os meninos nessa idade têm nível de informação que torna seu envolvimento com o rumo da investigação mais interessante”, explica Milani.

Alberto e o delegado Pimentel – papel muito bem executado pelo experiente Marcos Caruso, aliás – acabam ligando os fatos e descobrem que todas as vítimas recebem de presente um escaravelho antes de morrer. A partir daí tudo se desenrola, com cenas bem pesadas até por ser uma história juvenil, mas que são imprescindíveis para ser o mais fiel possível ao livro que marcou gerações.

Assim como acontece na literatura, é fácil se deixar envolver pela trama cinematográfica. Quem não lembra muito do fim da história – como eu, que li o livro há séculos na escola – tem vantagem na hora de tentar descobrir junto com os protagonistas a real cara e motivação do assassino. A trilha sonora também é genial. Procure no YouTube por Brisa Fria (composta por Black Alien, Paulo Miklos, Don L e Pepe Cisneros – Cuba 07) e O Mal e A Cura (composta por Fernando Nunes, Arnaldo Antunes e Betão Aguiar). Escaravelho do Diabo é produção inteiramente brasileira com elenco competente que merece ser aplaudida de pé.


Longa-metragem faz parte da marcante Série Vaga-Lume


Dá para apostar que muita gente começou a gostar de ler – mesmo que obrigado por professores na escola –, após se encantar e se deixar levar pelas aventuras contadas na Série Vaga-Lume, coleção de livros infantojuvenis lançada pela Editora Ática a partir de 1972 e que vendeu mais de 7,5 milhões de exemplares.

Fazem parte da coletânea mais de 70 títulos, como O Escaravelho do Diabo, de Lúcia Machado de Almeida (1910 – 2005), que também contribuiu para a série com o título Sphariaon.O Escaravelho – lançado primeiramente em 1956 como um folhetim da revista O Cruzeiro – é um dos mais vendidos da Vaga-Lume.

O Mistério dos Cinco Estrelas, de Marcos Rey, e A Ilha Perdida, de Maria José Dupré, também foram bem populares. No fim de 2015, inclusive, a editora relançou dez livros da coleção por R$ 37,50 cada. Fazem parte da lista obras como A Turma da Rua Quinze, de Marçal Aquino, A Aldeia Sagrada, de Francisco Marins, Tonico, de José Rezende Filho, e Deu a Louca no Tempo, de Marcelo Duarte.  




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