Economia Titulo Em novembro
Ciesp: indústrias cortam 1.350 postos de trabalho
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
15/12/2011 | 07:30
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Denis Maciel/DGABC


As empresas do setor industrial do Grande ABC tiveram, em novembro, a redução de 1.350 postos de trabalho, segundo dados das empresas associadas às diretorias regionais do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.

Embora no acumulado do ano, até novembro, as fabricantes da região ainda apresentem saldo positivo (1.400 vagas a mais), a perda de empregos é contínua ao longo do segundo semestre e agora se acentuou. Em outubro, foram fechadas 275 vagas e, em setembro, 250.

O quadro é semelhante ao verificado em todo o Estado, onde a piora do quadro do emprego também se verifica nos últimos meses.

Nas indústrias paulistas, foram eliminados 46,5 mil postos em novembro. Esse volume, que significou a variação negativa de 0,80% (já descontados fatores sazonais), foi a maior retração no nível de emprego, para esse mês, desde 2006, de acordo com pesquisa da Federação da Indústria do Estado de São Paulo.

O gerente do departamento de pesquisas e estudos econômicos da Fiesp, Guilherme Renato Caldo Moreira, afirma que a intensidade dos cortes surpreendeu a entidade. "Já trabalhávamos com previsão de resultado ruim, mas nem tanto", diz. Ele cita que dois fatores contribuem para o aumento das demissões: a forte entrada de produtos importados - com a ajuda do real valorizado frente ao dólar -, que propicia a "exportação de empregos", ou seja, a abertura de vagas em fábricas de outros países; e as medidas de contenção do consumo por parte do governo brasileiro, desde dezembro do ano passado (como, por exemplo, alta dos juros básicos e elevação do depósito compulsório dos bancos).

PIORA - A retração nas vendas de veículos e, mais recentemente, a piora no acesso ao crédito, torna a situação complicada para as pequenas indústrias de autopeças tocarem os negócios, afirma o empresário Emanuel Teixeira, que é diretor da regional do Ciesp em Santo André. O segmento teve retração de 0,67% nas vagas no mês.

A empresa de Teixeira já fez cortes, assim como outras do setor no Grande ABC, por causa da redução no volume de encomendas. O movimento de demissões, segundo ele, é generalizado na região.

Outro empresário do ramo, Claudio Armidoro, que é dirigente do Ciesp de São Caetano, afirma que foi obrigado a demitir, em outubro, como consequência da contração na economia.

 

Fabricantes de SP devem fechar 41 mil vagas

 

A indústria paulista deve fechar o ano com 41 mil postos de trabalho a menos, o que significará retração próxima de 2%, projeta a Federação da Indústria do Estado de São Paulo. Segundo o gerente do departamento de pesquisas e estudos econômicos da entidade, Guilherme Renato Caldo Moreira, a estimativa inicial era de que haveria empate com 2010, mas o cenário ruim para as empresas levou à revisão das previsões.

O diretor da regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo em Santo André, Emanuel Teixeira, cita ainda que a redução da Selic (a taxa básica de juros), pelo Banco Central, demora para repercutir em melhora do consumo.

E a crise europeia traz preocupação de que a situação piore. "(Com a crise), os asiáticos não vão ter para quem vender e vão despejar tudo na América Latina, jogando os preços ainda mais para baixo", teme o diretor da regional do Ciesp em São Caetano, Claudio Armidoro.

Para 2012, as incertezas em relação às turbulências na Europa e constante desaceleração da indústria de transformação nacional colocam em risco qualquer projeção, diz Paulo Francini, diretor do Depecon da Fiesp.




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