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Desemprego chega a 18,2% na região

Taxa é maior do que na Região Metropolitana e Capital paulista; em 2011, índice era de 8%

Por Flavia Kurotori
especial para o Diário
30/08/2018 | 07:01
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Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas


No Grande ABC, julho encerrou com 18,2% da PEA (População Economicamente Ativa), ou seja, soma das pessoas empregadas e daquelas que estão em busca de ocupação, desempregadas. O percentual é maior do que na Região Metropolitana (17%) e na Capital (16,2%) paulista. Os dados são da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), do Seade/Dieese, e foram divulgados ontem.

Segundo Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, o fato de a economia regional depender da indústria faz com que a recuperação econômica e, consequentemente, a geração de empregos, seja mais lenta. “O setor industrial exige mão de obra mais qualificada do que nos demais setores da economia, como o de serviços ou comércio, onde a qualificação requerida é menor e a atuação informal é maior do que nas fábricas”, afirma.

Jefferson José da Conceição, coordenador do Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), destaca que, em 2011, o índice de desempregados na região era de, aproximadamente, 8%, 10,2 pontos percentuais menores do que atualmente. “Temos um quadro preocupante. A indústria não está sendo retomada no País, está estagnada e temos o problema da economia da região estar, justamente, centrada neste setor”.

Para se ter ideia, a indústria das sete cidades eliminou 94,7 mil postos entre 2011 e 2017, segundo dados do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). “Nas indústrias, é mais fácil aumentar as horas extras, contratar temporários ou acrescentar um turno de trabalho do que admitir efetivos”, pontua Balistiero.

Conceição assinala que a queda do consumo das famílias, a desaceleração dos investimentos públicos e a economia internacional, como a alta do dólar e a crise na Argentina – que fizeram com que a balança comercial da região despencasse 46,4% no primeiro semestre deste ano ante igual período de 2017 – estão prejudicando o crescimento do setor.

Ao mesmo tempo, em junho, 17% da população da região estava desempregada e, em julho de 2017, 16,6%. Balistiero avalia que a greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias em maio, impactou na atividade econômica. “A questão do desabastecimento foi muito séria e prejudicou a produção industrial (à época, algumas montadoras do Grande ABC, como Scania, Toyota e Ford chegaram a paralisar as atividades)”.

Os especialistas asseguram que não é possível prever quando o mercado irá voltar a contratar, uma vez que os rumos da economia dependem dos resultados das eleições. Em 2018, segundo eles, o PIB (Produto Interno Bruto) do País deve crescer entre 1% e 1,5%, impulsionado pelo agronegócio. Vale lembrar que a PED com números absolutos e setorizados do Grande ABC está suspensa desde fevereiro de 2017. 




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