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Importância das instituições à Economia
Por Do Diário do Grande ABC
15/04/2017 | 07:00
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 Diante dos recentes acontecimentos na política brasileira que resultaram na instabilidade econômica, a atuação de algumas instituições públicas, de cunho político, tem sido colocada em xeque. Dessa forma, nossas instituições estão preparadas para gerar e garantir desenvolvimento econômico? Porque isso está atrelado a mudanças qualitativas nas condições de vida da sociedade. Para tanto, exige-se melhorias constantes na capacidade produtiva, bem como na eficiência das estruturas produtivas e institucionais. Mas precisamos ir além, com a erradicação da pobreza e o fim de tamanha desigualdade de renda em nosso País.

O crescimento econômico é urgente. Precisamos gerar produção para, no curto prazo, reduzir a capacidade ociosa das indústrias e diminuir o maior dos problemas, o desemprego. Portanto, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) é essencial. No entanto, as políticas econômicas devem garantir a geração de bem-estar social para toda a população brasileira. A variável PIB por habitante é importante indicador de crescimento. No entanto, há países em que as altas taxas de ascensão econômica por habitante não reduzem a desigualdade de renda. Além disso, a população desses países convive com baixa qualidade de serviços essenciais como Educação, Saúde, acesso às decisões políticas, organizacionais etc.

Os economistas North e Thomas realizaram estudos a partir da década de 1980 em que evidenciam a importância da qualidade institucional dos países na relação com a produtividade dos fatores de produção. Tal produtividade analisa a eficiência com que os insumos são utilizados no processo produtivo. Para tais explicações, esses especialistas recorrem à história da colonização. Podemos citar o caso do Brasil. Os europeus optaram pelas “colonizações por exploração” nas regiões e territórios com abundância de recursos naturais. Além disso, populações nativas que poderiam ser facilmente capturadas e utilizadas como mão-de-obra escrava, para baratear o processo produtivo, eram preferidas por esses colonizadores. Solo fértil e de grandes proporções – que garantiria a produção em larga escala – também se destacavam por essa modalidade de colonização.

Já a “colonização por povoamento” foi preferida pelos europeus para aquelas regiões e territórios em que o clima e as condições ambientais eram similares à de seus países. Nessas regiões, o solo não favorecia o plantio em larga escala. Os colonos optaram por dividir a terra de forma igualitária e com direito à propriedade para boa parte da sociedade. Além disso, implantaram instituições sociais e econômicas que proporcionariam o desenvolvimento econômico futuro daquelas nações. Este tipo de colonização não visava à exploração na relação capital/trabalho, mas sim a geração de um Estado de bem-estar.

Assim, podemos observar com a história que as instituições tendem a se perpetuar com o tempo. Sejam eficientes ou não. Há relação direta entre a atuação dessas instituições e o desenvolvimento econômico de uma nação. A qualidade das instituições pode ser alterada ao longo do tempo. No entanto, tais mudanças são realizadas de forma lenta e gradual.

Nos últimos anos a mídia tem apresentado que a forma como as instituições brasileiras estão organizadas geram ganhadores que investem para preservar sua estrutura. Na maioria das vezes, essas instituições são manipuladas por políticos e empresários com objetivo de acumular e garantir cada vez mais poder e capital. Os estudos da vertente institucional demonstraram que países explorados em seu processo de colonização tinham o solo e a extensão geográfica como fator econômico mais importante. No entanto, o resultado de suas políticas foi a extrema desigualdade social.

As sociedades que eram consideradas mais ricas por conta da abundância de recursos naturais, mas que eram “pobres” com suas instituições e pensamentos políticos, não foram capazes de absorver a tecnologia descoberta e as alterações nos processos produtivos. Tornaram-se, com o tempo, sociedades desiguais. Já economias consideradas menos ricas, mas com boa qualidade e eficiência institucional, reverteram seu posicionamento. Tornaram-se países ricos. Assim, a população brasileira clama para que as atuais decisões políticas de nossas instituições não aumentem ainda mais a desigualdade social. Clama-se, urgentemente, por vontade política.




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