Um fungo capaz de auxiliar na descontaminação de rios e lagos. A descoberta foi feita pelo estudante Lucas Hansen durante pesquisa desenvolvida no curso técnico de química da Escola Liberato Salzano Vieira da Cunha, em Novo Hamburgo (RS).
"Investigamos a capacidade do fungo Aspergillus niger de absorver corantes descartados por indústrias de processamento de couro do Rio Grande do Sul", conta Hansen.

O estudante lembra que este fungo, popularmente conhecido como bolor negro do pão, é bastante comum na natureza e tem um histórico de utilização industrial, referindo-se ao seu emprego na produção de ácido cítrico e enzimas.

O estudo - feito com a colaboração do colega William Lopes, sob orientação da química Carla Kereski Ruschel - foi direcionado para o tratamento de efluentes contaminados daquelas indústrias. O fungo é capaz de absorver diversos corantes e, dependendo das condições, pode até usá-los como fonte de energia.

"A partir de estudo mais aprofundado, o Aspergillus niger poderá ser empregado em larga escala para absorver corantes de efluentes industriais, evitando a contaminação de corpos d'água situados nas imediações das áreas produtoras de couro", acredita Hansen.

O jovem pesquisador enfatiza que esse sistema de tratamento poderá ser usado também na indústria têxtil, que lança mão de um grande número de corantes e os descarta no meio ambiente.

Atualmente, Hansen cursa engenharia química na Universidade de Caxias do Sul (RS) e pretende, no futuro, retomar as pesquisas com o Aspergillus niger.

O trabalho recebeu o primeiro lugar na Mostratec (Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia), realizada em Nova Hamburgo (RS), e foi selecionado para participar, em 2009, da Feira Internacional de Ciência e Engenharia (Isef, na sigla em inglês), a maior feira escolar de ciências do mundo, realizada anualmente nos Estados Unidos.