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Caçambas espalhadas pela região viram latas de lixo comum
Por Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
15/03/2009 | 07:00
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As caçambas espalhadas pelo Grande ABC para que a população faça voluntariamente a entrega de materiais recicláveis se transformaram em lixeiras comuns. Hoje, os recipientes não cumprem nem mesmo a função educativa de mostrar à população a importância da coleta seletiva.

O modelo de entrega voluntária - maioria na região -, além de gerar custos não tem induzido os munícipes ao verdadeiro propósito do processo que é a educação ambiental.

Apesar de não mensurarem valores exatos de investimentos para a manutenção das caçambas, as Prefeituras da região admitem que ainda falta consciência à população para separar seu lixo, o que se reflete de maneira negativa no volume de materiais que são reciclados. Para o professor e pós-doutor em Resíduos Sólidos da UFABC (Universidade Federal do ABC) Paulino Eduardo Fernandes Pinto, os PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) são mais funcionais quando estão em locais como condomínios, escolas e indústrias, ou seja, onde há uma população pequena, que permite melhor separação dos dejetos.

"Ainda falta educação ambiental às pessoas para esse tipo de atitude. Atualmente, leva-se em conta muito mais os aspectos econômico e social do que a preocupação com a ‘saúde' do planeta", reforça o professor.

Para Paulino, a coleta seletiva de porta em porta, como é feita em Santo André, gera melhor resultado do que as caçambas espalhadas pelas cidades. "Um desafio importante das administrações é fazer com que os munícipes valorizem o local em que vivem, e que não joguem o lixo de maneira desordenada", observa o professor. De acordo com ele, esse descaso no início do processo é o responsável para que, lá na frente, não se consiga reciclar o plástico, por exemplo, porque já se misturou ao lixo orgânico.

Márcio Eing, do programa Agir Mauá, ligado à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, afirma que um conjunto colorido de coletores seletivos custa cerca de R$ 1.000. Para ele, não é uma opção de sucesso espalhar PEVs pela cidade. "Os coletores se transformam em latas de lixo comum e alvos de vandalismo. Uma diretriz melhor são as parcerias com empresas, escolas e prédios públicos", garante.




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