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Hipismo: brasileiros tentam conquistar vaga em Sydney
Por Do Diário do Grande ABC
06/05/2000 | 16:55
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A equipe brasileira de hipismo começa a ser definida neste domingo na França, durante o Concurso Internacional de Saltos de La Baulle, na França. Rodrigo Pessoa, a única presença já garantida em Sydney, está na competiçao, nao para saltar, mas ser o "olheiro" da Confederaçao Brasileira de Hipismo (CBH). Rodrigo vai observar a atuaçao dos conjuntos brasileiros que brigam pelas quatro vagas restantes na equipe olímpica. "Fiquei com o difícil compromisso de fazer o relatório para a CBH. Acredito ter experiência para a missao e serei imparcial nas minhas análises", disse Rodrigo Pessoa.

Como foi previsto pela CBH, dois conjuntos brasileiros foram selecionados no Concurso de Porto Alegre, realizado semana passada, para as seletivas européias. André Johannpeter (Atlética) e Vítor Alves Teixeira (Jolly Boy) se juntarao aos cavaleiros que moram na Europa, a partir do Concurso de Aachen, na Alemanha, no final de maio. La Boulle é a primeira seletiva para os cavaleiros que moram na Europa: Alvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda (Aspen), Carlos Eduardo Motta Ribas, o Cacá (Calando T) e Luiz Felipe Azevedo (Ralph).

Desde 68 na equipe brasileira, Luiz Felipe Azevedo, 46 anos, é sem dúvida o mais experiente candidato a uma das vagas. Entre as várias competiçoes internacionais, ele já esteve em quatro finais de Copa do Mundo e quatro pan-americanos. É recordista sul-americano com a marca de 2,31m e também esteve na equipe medalhista de Winnipeg. Mesmo assim, sabe que para garantir a participaçao em Sydney nao basta ter um currículo amplo. Saltando há quatro meses com um novo cavalo, Ralph, de 11 anos, Luiz Felipe sabe que ainda tem que provar que tem um conjunto capaz de ir a Sydney.

"Quem ainda nao tem um conjunto conhecido, como eu, tem que mostrar nestes dois concursos que é capaz. Mas eu só vou para a Olimpíada se estiver seguro, se garantir que vou voltar com um bom resultado", afirmou Luiz Felipe, da Bélgica.

Doda, 27 anos, é há cinco anos titular da equipe brasileira. Com o cavalo Aspen, 14 anos, Doda sabe que vai ser uma briga difícil. "Sei que vou ter um confronto direto com o Luiz Felipe e com o Cacá. Mas estou muito confiante, acho que nao vai ser agora que vou ficar fora", afirmou Doda, que mora na Bélgica. Entre os títulos conquistados por Doda, estao o bronze por equipe na Olimpíada de Atlanta, 96, e o ouro, também por equipe, no Pan-Americano de Winnipeg, ano passado. "Em Atlanta, ninguém acreditava em medalhas e trouxemos o bronze. Agora temos mais experiência e sei que temos todas as chances de trazer o ouro", disse Doda.

Enquanto Doda quer confirmar mais uma participaçao na equipe brasileira, Cacá, 26 anos, luta para participar pela primeira vez de uma olimpíada. Para concretizar este sonho, o cavaleiro trabalhou muito para ter condiçoes de competir na seletiva pré-olímpica. "Nao tinha patrocínio, nao tinha cavalo. Estar na Europa há três anos me ajudou muito. Estou em contato com os melhores do mundo. Esta é a primeira vez que tenho chances reais de ir a uma Olimpíada", disse Cacá.

O cavaleiro salta com o cavalo Calando T, 14 anos, comprado em sociedade com a proprietária da pequena hípica, onde treina na Holanda. Cacá está satisfeito com o resultado do esforço até agora. "Sei que ainda tenho um caminho longo, que muitas coisas estao envolvidas na escolha. E eu sou o lado mais fraco, mais jovem e sem recursos suficientes dos concorrentes", acredita Cacá, que tem participado dos concursos europeus para testar Calando T. "Em dois indoors ele zerou todas as provas até 1,40m. Nao saltei as provas mais altas para nao forçar. Ele ainda nao está na forma ideal", admite Cacá.




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