Claúdio Conz Titulo
O perfil do consumidor

Com os crescentes números das vendas de material de construção, a Anamaco preocupa-se também em entender como funciona a cabeça do consumidor

Por Cláudio Conz
23/09/2010 | 00:00
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Com os crescentes números das vendas de material de construção, a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), entidade da qual sou presidente, preocupa-se também em entender como funciona a cabeça do consumidor do segmento, para poder esclarecer a seus associados melhorar ainda mais o desempenho do segmento, que tanto contribui para o crescimento do País. Segundo os dados da entidade de setembro, o varejo do setor apresentou crescimento de 3,7% em agosto sobre julho de 2010. Nos últimos 12 meses, o desempenho foi 9,5% superior. No acumulado do ano (janeiro a agosto) o segmento de material de construção cresceu 10,6% sobre o mesmo período de 2009.

As variações têm sido positivas e confirmam a tendência de alta do setor que deve crescer 11% em 2010 sobre 2009, quando bateu recorde histórico de faturamento, atingindo R$ 45,04 bilhões. O que mais tem chamado a nossa atenção é o otimismo dos revendedores. Quando perguntamos sobre a perspectiva de vendas para setembro, 68% dos entrevistados responderam que elas serão ainda melhores. Mas quem são seus consumidores?

QUEM COMPRA
A Anamaco, em pesquisa realizada com a Latin Panel, analisou o comportamento de 8.200 lares brasileiros para entender como o consumidor se comporta ao comprar material de construção e por que as vendas têm aumentado nos últimos anos. A amostragem representa 82% da população domiciliar brasileira e 90% do potencial de consumo do País.

Decidimos realizar essa pesquisa porque entendemos que o consumidor tem um bolso único e, neste sentido, os nossos concorrentes são os outros setores da economia como turismo, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, automóveis. Há uma lógica setorial que diz que quando as pessoas gastam menos com essas coisas, elas passam a investir mais na casa própria. Quisemos apenas confirmar ou não essa tese.

O estudo abrangeu 20 segmentos, entre eles cimento, argamassa e tintas. Ele traçou um panorama geral do perfil do consumidor e as suas mudanças de comportamento em função de tendências que se consolidaram, como a maior participação da mulher no mercado de trabalho, o envelhecimento da população e a mudança de perfis das famílias brasileiras (mais pessoas morando sozinhas, famílias cada vez menores).

O BRASILEIRO QUER REFORMAR
A pesquisa apontou que 77% das residências do País precisam de algum tipo de reforma ou construção. No entanto, um terço da população nunca fez reforma. O local mais reformado da casa foi o dormitório. Para as classes AB as reformas ocorreram em sua maior parte nas áreas externas da casa, enquanto que nas classes DE os destaques foram cozinha e banheiro.

O estudo também mostrou que um a cada três lares brasileiros pretende reformar ou construir e que 34% da população pretende gerir a própria obra. Já 65% pretende solicitar ajuda a um profissional. Cerca de 52% das obras serão até 25 m² e apenas 6% terão mais de 100 m².

ONDE COMPRAM
O levantamento também traçou um retrato do local em que a população compra materiais de construção, divididos pelas categorias básico, de acabamento, compras de reposição e compras de urgência. Em todas as categorias as lojas de bairro tiveram um grande destaque.

Nos materiais básicos, elas representam 52% dos locais de compra, já nos de acabamento, respondem por 41%, enquanto que as lojas especializadas por 48%. Nas compras de reposição, as unidades de bairro têm 58% do total, e, nas de urgência, 52%.

O Brasil é composto em 98% por pequenas e médias lojas. É importante entender o perfil do consumidor que compra nessas locais, o que ele procura. As lojas de bairro, em geral, são escolhidas pela localização, preço e facilidade de pagamento. Já os home centers têm como principal diferencial a variedade.

DESAFIOS
Além do crescimento da classe C, com a redução da população que vive na linha da pobreza e um aumento latente em seu potencial de consumo, um dos grandes desafios dos varejistas é saber vender para as classes mais baixas. Hoje, existem aproximadamente 5,5 milhões trabalhadores na construção civil e estes profissionais funcionam como avalistas para as famílias de baixa renda na hora de comprar, pois elas não contratam arquitetos e engenheiros. É muito importante também que o varejista consiga criar uma relação com esses profissionais.

Manter-se informado sobre as tendências de mercado, acompanhar pesquisas e estudos, entender a economia do País e o papel de nosso setor na engrenagem do crescimento é fundamental para que seu negócio tenha sucesso. E este é o papel que a Anamaco vem desempenhando, sempre trazendo conhecimento, informação e aproximando os players de nosso setor.




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