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'Nao sou um cachorrinho', diz Rubinho
Por Flavio Gomes
De Zeltweg, para o Diário
14/07/2000 | 00:45
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  Uma seqüência de bons resultados, com quatro pódios nas últimas cinco etapas do Mundial de Fórmula 1, arrefeceu a ira que Rubens Barrichello ameaçou expor no início da temporada, com insinuaçoes de que sua equipe, a Ferrari, oferece um tratamento diferenciado ao outro piloto do time, o alemao Michael Schumacher. O piloto brasileiro disse nesta quinta na Austria que sua situaçao na escuderia italiana é "totalmente compreensível".

Barrichello referiu-se especificamente às duas últimas corridas do ano, em Montreal e Magny-Cours. No Canadá, cruzou a linha de chegada a menos de dois décimos de segundo do alemao e disse que só nao passou o companheiro porque a equipe pediu.

Na França, contou que nas primeiras voltas manteve um ritmo deliberadamente mais lento para permitir que Schumacher abrisse uma boa vantagem na liderança sobre os rivais da McLaren, que estavam encaixotados atrás do brasileiro.

"Eu nao me senti injustiçado", disse Rubens nesta quinta em Zeltweg, na véspera dos primeiros treinos para o GP da Austria. "Há momentos na F-1 que sao difíceis, mas este nao é um deles. Se a Ferrari puder ganhar o campeonato o quanto antes, de repente eu vou ter minha chance maior ainda de vencer uma prova."

O discurso do brasileiro assumiu um tom conciliador, bem diferente do usado especialmente após os dois quartos lugares em Imola e Nürburgring, corridas vencidas por Schumacher, com alguns lances polêmicos - problemas de cinto de segurança solto, acerto do carro equivocado, pit-stops considerados desnecessários pelo piloto.

"É um jogo de equipe, e nesse momento esse jogo é para o Schumacher, que tem 56 pontos no campeonato. Eles estao há 21 anos sem ganhar um título, entao é totalmente compreensível. Nao é que eu sou um cachorrinho, que ando com uma coleira, que tem de fazer isso ou aquilo. Em Magny-Cours, eu comecei a chegar e eles pediram para eu manter uma certa distância. Se eu nao andar rápido, eles nunca vao poder pedir um negócio desses para mim."

Com 122 GPs no currículo, Barrichello garante que a ansiedade pela primeira vitória na categoria nao é um problema. "As pessoas podem perguntar: há tanto tempo na F-1, sem ganhar uma corrida, você vai agüentar isso? Vou. Porque é essa minha paciência, é essa minha vontade que vai me fazer um campeao ainda por essa Ferrari, é essa paciência que vai me trazer uma vitória em breve, se Deus quiser."

Os treinos para o GP da Austria, décima etapa do Mundial, começam nesta sexta às 6h de Brasília. A corrida, no domingo, será disputada em 71 voltas com largada às 9h. Schumacher é o líder do campeonato com 56 pontos, 12 à frente de David Coulthard, da McLaren. Mika Hakkinen vem em terceiro com 38, seguido por Barrichello, com 32.




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