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Rodoviárias da região levam a 1.050 destinos
Bruno Ribeiro
Especial para o Diário
14/12/2005 | 07:51
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Meio milhão de pessoas devem passar pelos terminais rodoviários da região até o fim deste mês. É o que esperam as gerências das empresas que administram os terminais de Santo André e São Bernardo. Partindo dos terminais do ABC (incluindo o terminal de São Caetano), é possível embarcar para 1.050 cidades de todo o Brasil. Para a maioria desses destinos, como Maringá (PR), os ônibus têm de passar por outras cidades, como Arapongas e Londrina. Ao todo, devem ser realizados pouco mais de 100 mil embarques nos terminais. "Um número cinco vezes maior de pessoas deve passar pelos terminais, para trazer ou buscar conhecidos", afirma o gerente administrativo do terminal de Santo André, Márcio Santana.

Pelo menos dois desses três terminais mostram-se preparados para receber tal público. Santo André e São Bernardo satisfazem os usuários em quesitos como limpeza e conservação. Em São Caetano, não há estimativa de número de usuários neste mês. O terminal da cidade apresenta goteiras nas paredes e sujeira no chão, além da falta de outras comodidades, como estacionamento.

As viagens de ônibus podem demorar dias, dependendo do destino. Por isso, os usuários precisam contar com uma estrutura que atenda qualquer necessidade de última hora antes do embarque, como pilhas para rádio, revistas ou comidas rápidas – afinal, o passageiro vai passar um longo tempo sentado sem ter o que fazer durante o trajeto. Todos os terminais da região contam com bancas de jornal e lanchonetes, que atendem essas necessidades. Santo André e São Bernardo oferecem ainda lojas com artigos para presentes e caixas eletrônicos. Nesses terminais, há venda de cartões de telefone para celulares. No terminal São Caetano, só há cartões para orelhão.

Os terminais de Santo André e São Bernardo são administrados pela iniciativa privada. O terminal de São Caetano é de responsabilidade da Prefeitura. Não há uma área específica para administrar o terminal, que fica sob responsabilidade do Departamento de Trânsito da cidade. Por terem administrações próprias, Santo André e São Bernardo oferecem serviços mais específicos, como uma central de atendimento, balcão de informações e panfletos com as principais empresas e destinos, facilitando a vida do usuário.

Conservação – Os terminais de Santo André e São Bernardo apresentam piso liso, o que facilita a rolagem de bagagem com rodas. O saguão de espera de Santo André tem um bom estado de limpeza, assim como as plataformas de embarque de São Bernardo. "O espaço é meio limitado aqui, a área de espera é pequena. Mas é tudo organizado e bem sinalizado", diz a técnica em telecomunicações Ticiana Melchiadas de Souza. São Caetano tem piso antigo, de pastilhas de pedra. Além de dificultar a passagem de malas com rodas, o piso facilita o acúmulo de sujeira. O Diário esteve no local em dois dias diferentes, e encontrou bitucas de cigarro, papel amassado e mais sujeira. Havia um saco de supermercado cheio de lixo apoiado em uma das pilastras.

Outro incômodo são as diversas goteiras, pingando justamente em cima da calçada de espera das plataformas. "Molham nossa bagagem e nossa cabeça", afirma a estudante Luciana Fontes da Silva, que viajava com destino ao Piauí. A Prefeitura explica que esse problema é resultado de uma vazamento no reservatório de água, cujas obras de reparo vão começar na semana que vem – sem previsão de término.

Para usar banheiros nos terminais de Santo André e São Bernardo é necessário pagar R$ 0,50 e R$ 1, respectivamente. "A limpeza é ótima, não tenho reclamações", diz o comerciante Joaquim Augusto Ferreira, sobre o sanitário de Santo André. "Mas é bom só entrar lá com certeza que vai usar mesmo", brinca a usuária Ana Cláudia de Oliveira, sobre o mesmo local. Outro serviço pago nas duas cidades é o estacionamento: R$ 2,50 a primeira hora.

Em São Caetano, o banheiro é gratuito e limpo. Nesse terminal, a principal reclamação é quanto à falta de estacionamento para os usuários. Essa é a principal reclamação dos passageiros. "Fica complicado para o pessoal que acompanha a gente. Ou arrumam um lugar longe e têm que carregar as malas ou só descarregam a gente e vão embora logo, sem se despedir com calma", afirma o estudante Clementino Rêgo Leal. A Prefeitura afirma que estacionamento é uma questão complicada em toda a região, e não aponta alternativas para os usuários.

Acessibilidade – O terminal de São Caetano não tem escadarias, e as calçadas apresentam rampas de acesso para deficientes físicos. Por isso, a única dificuldade é mesmo o piso irregular. Em São Bernardo, a venda de bilhetes é feita em guichês no segundo andar do complexo. Os deficientes sobem em um elevador, auxiliados por funcionários do terminal.

Em Santo André, duas das três escadas rolantes não estão funcionando por conta do vandalismo – o grande problema do terminal, segundo a administração. Sem elas, a única forma de deficientes físicos terem acesso ao terminal é usando o elevador –, que fica trancado e só funciona quando funcionários do terminal são chamados. A equipe de manutenção deixa os elevadores propositalmente sujos com vaselina, para facilitar a limpeza das pichações.

"Retiraram a Guarda Municipal daqui há cerca de dois meses. Desde então, contamos apenas com quatro seguranças para cuidar do terminal e dessa rampa onde ficam os elevadores", afirma o gerente administrativo do local, Márcio Santana. A Prefeitura diz que a guarda foi retirada para ser colocada em pontos onde era mais necessária, como os Cesa (Centro Educacional de Santo André), mas que faria rondas a cada 40 minutos no local.

Conforto – A Socican Terminais de Passageiros, empresa que administra 17 terminais rodoviários em cinco Estados brasileiros – incluindo o terminal do Tietê –, lista alguns itens que são considerados essenciais na administração dos terminais rodoviários que não foram encontrados nos terminais da região: fraldário e serviço de achados e perdidos, por exemplo. Central de atendimento telefônica é um item tido como essencial não oferecido apenas por São Caetano. Entretanto, em uma lista de 13 itens, os terminais apresentam quase todos eles, como guarda-volumes, pontos de táxi e balcão de informações.

Essa normatização adotada pela empresa, porém, não é uma regra. A ANTT (Associação Nacional de Transportes Terrestres) explica que cada município regula o funcionamento de terminais rodoviários como preferir. O que acontece é que, em boa parte dos municípios, os terminais também são administrados pela Prefeitura (caso de São Caetano), por isso as normas não costumam ser rigorosas.

A Fundação Procon explica que as empresas instaladas nos terminais devem manter painéis ou cartazes discriminando o destino, horários de saída e preços de passagem em locais visíveis e de fácil acesso. Isso foi encontrado em todos os terminais da região. Uma dica da fundação na hora de viajar é quanto à cobrança de seguro facultativo, que está proibida. O Procon orienta a população a anotar o número de registro do ônibus e guardar o canhoto da passagem para serem usados como comprovantes em reclamações posteriores.

Faça sua reserva

Juntas, as três rodoviárias do Grande ABC oferecem viagens para 1.050 diferentes destinos, para todas as regiões do país (exceto para Tocantins e Região Metropolitana de Manaus)

Tersa (Terminal Rodoviário de Santo André)

Informações: 4991-5777, 4991-5769 e 4991-5751

Avenida Industrial, 1.850, bairro Campestre, Santo André


Terminal Rodoviário Jõao Setti (São Bernardo)

Informações: 4124-7756 e 4124-7757

Rua Domingos João Ballotin, 21, Centro, São Bernardo


Terminal Rodoviário de São Caetano

Não há central de atendimento telefônico

Rua Conselheiro Antônio Carlos, s/nº, bairro Fundação

Viações que operam na região

Com exceção da Breda, que opera exclusivamente na rodoviária de São Bernardo, todas as empresas têm destinos com saídas dos três terminais do Grande ABC. Os telefones indicados são dos guichês do terminal São Bernardo, mas estão à disposição de usuários de todas as cidades. Confira também os principais destinos.

Andorinha Tel.: 4125-5640 Cuiabá

Auto Viação 1001 Tel.: 4125-3645 Rio de Janeiro

Bonavita Tel.: 4125-2500 Rio Claro

Bragança Tel.: 4330-2431 Bragança Paulista

Breda Tel.: 4330-3166 Paia Grande

Catarinense Tel.: 4125-3645 Camboriú

Cometa Tel.: 4125-3645 Ribeirão Preto

Cristália Tel.: 4121-7074 Campinas

Empresa Cruz Tel.: 4125-5640 Novo Horizonte

Emtram Tel.: 4330-2431 Irecê

Expresso Brasileiro Tel.: 4122-5733 Santos-São Vicente

Garcia Tel.: 4124-7452 Apucarana

Gontijo Tel.: 4121-8665 Fortaleza

Itamarati Tel.: 4125-2500 Ferdanópolis

Itapemirim Tel.: 4123-0988 Recife-João Pessoa

Kaiowa Tel.: 4123-0988 Foz do Iguaçú

Nacional Expresso Tel.: 4121-7074 Goiânia

Novo Horizonte Tel.: 4125-2500 Livramento

Penha Tel.: 4123-0988 Campina Grande

Piracicabana Tel.: 4330-3166 Americana-Piracicaba

Resendense Tel.: 4125-5640 Volta Redonda

Reunidas Paulista Tel.: 4121-7074 Ribeirão Bonito

Salutaris Tel.: 4123-1798 Viçosa

Santa Cruz Tel.: 4121-7074 Barra Bonita

São Cristóvão Tel.: 4125-5640 Divinópolis

São Geraldo Tel.: 4330-9412 Natal

Transfada Tel.: 4121-7074 Ponta Grossa

Trans Jaó Tel.: 4124-7452 Araputanga

Transul Tel.: 4125-5445 Atibaia-Extrema

ÚTIL Tel.: 4125-5445 Belo Horizonte

Vale do Ouro Tel.: 4125-2500 Barbacena

V.São Paulo/São Pedro Tel.: 4330-3166 Americana-Piracicaba




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