Economia Titulo
Volks comemora acordo automotivo com a Argentina
Por Do Diário do Grande ABC
24/03/2000 | 16:38
Compartilhar notícia


O vice-presidente de Assuntos Corporativos da Volkswagen, Miguel Jorge, disse nesta sexta-feira que o acordo automotivo entre Brasil e Argentina, fechado nesta quinta, está dentro da expectativa da indústria, mas criticou a demora dos dois países na negociaçao das regras.

"O acordo poderia ter sido acertado em janeiro porque já tínhamos condiçoes para isso", observou. De acordo com ele, a demora na negociaçao nao resultou em prejuízos às indústrias dos dois países, mas trouxe insegurança para o processo econômico.

Miguel Jorge considerou natural que as regras do regime automotivo estabeleçam concessoes à indústria Argentina, em posiçao menos competitiva. "Concordo com o presidente Fernando Henrique quando ele diz que nós temos que ser generosos com os nossos parceiros", disse. "Pela economia de escala que nós temos e pela desvalorizaçao do real, o Brasil tem uma vantagem grande sobre a Argentina."

O acordo fechado, que deverá ser ratificado por Paraguai e Uruguai, estabelece regras de transiçao até 31 de dezembro de 2005, quando passará a vigorar o livre comércio entre os países do Mercosul. Durante a transiçao, a indústria Argentina terá um grau de proteçao maior, que irá decrescendo ao longo dos anos. <> Haverá uma flexibilidade crescente da balança comercial automotiva entre os dois países, que favorecerá o mais competitivo. No primeiro ano de transiçao, o mais provável é que o Brasil seja beneficiado, o que implicará que, para cada 106,2 carros vendidos à Argentina, o País terá que importar 100 - um índice de variaçao de 6,2%. No segundo ano do regime, o grau de flexibilizaçao será de 10,5%; no terceiro, de 16,2%, até chegar a 22,2%, no quarto ano. O percentual para 2004 e 2005 será definido futuramente.

México - O vice-presidente de Assuntos Corporativos da Volks acredita que o acordo bilateral entre Brasil e México deverá ser fechado em breve. No ano passado, a montadora exportou 52 mil unidades, sendo que 33 mil unidades dos modelos Gol, Parati e Golf foram destinadas ao México. Para 2000, a Volks prevê exportaçoes de 75 mil veículos, sendo 40 mil para o mercado mexicano.

Cerca de 11 mil veículos produzidos no Brasil, a maioria da marca Volkswagen, continuam retidos na alfândega portuária do México por conta de mudanças na cobrança da alíquota de importaçao naquele país. A partir de janeiro o governo mexicano voltou a cobrar 20% de alíquota de importaçao do carro brasileiro, ante 8% cobrados desde 98. Com essa taxa, os carros deixarao de ser competitivos no mercado mexicano.

O acordo entre o Brasil e o México deve voltar a estabelecer a alíquota de 8% e uma cota de comercializaçao de 60 mil veículos durante os seis meses em que as regras vigorarem.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;