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Câmara rejeita em definitivo CPI em Mauá
Por Vinícius Casagrande
Da Redaçao
06/06/2000 | 01:08
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  Desta vez a votaçao foi para valer. A Câmara de Mauá rejeitou nesta terça o requerimento da oposiçao que pretendia criar uma CPI (Comissao Parlamentar de Inquérito) para apurar possíveis irregularidades na administraçao do prefeito Oswaldo Dias (PT).

A votaçao anterior, que teve aprovaçao da CPI por unanimidade, foi anulada na última sessao, pois os governistas alegavam que nao tiveram conhecimento do requerimento. Com a anulaçao, todos os itens que foram aprovados em bloco voltaram automaticamente para a ordem do dia, pois, legalmente, era como se nunca tivessem sido votados.

Para evitar que o caso se repetisse, os oposicionistas chegaram muitas vezes a ser irônicos na tribuna. Eles pediam silêncio para os vereadores e para o público presente para que os parlamentares pudessem ter certeza do teor do requerimento e evitar uma nova discussao sobre a legitimidade da votaçao. "Peço silêncio para que todos os vereadores possam ouvir o que será votado", disse Manoel Lopes (PFL).

Ao iniciar as discussoes para a nova votaçao, os oposicionistas levaram à tribuna os poucos processos que a comissao conseguiu apurar durante o mês que esteve instalada. Com o fim da CPI e sem conseguir reativá-la, a oposiçao promete levar as denúncias ao Ministério Público.

A intençao dos membros da comissao era que o envio fosse feito em nome da Câmara, mas novamente os governistas rejeitaram a possibilidade. "A oposiçao tem todo o direito de encaminhar os processos para o Ministério Público. O que nao vamos concordar é que seja enviado com o nosso nome", disse o líder da bancada do PT, Wagner Rubinelli.

Francisco de Carvalho Filho (PPS), o Chico do Judô, alegava que a aprovaçao era uma maneira de o Executivo mostrar transparência. "A aprovaçao é um jeito do prefeito mostrar que nao tem nada a esconder. O que nós duvidamos. Eles sempre vao estar com a sujeira embaixo do tapete."

Rubinelli disse que a bancada de sustentaçao nao iria votar a favor da CPI, pois acreditava que "a oposiçao queria benefícios políticos com a comissao". "A oposiçao está correta em querer aprovar a CPI para tirar proveito político, mas a nossa funçao é evitar que isso aconteça. Somos a base de sustentaçao e nosso papel é evitar a aprovaçao."

O vereador Hélcio da Silva (PT), ex-líder do prefeito, chegou inclusive a chamar os oposicionistas de "incompetentes". "Estamos a quatro meses das eleiçoes e pergunto: O que fizeram os vereadores que nao investigaram nada até agora? Eles sempre tiveram os requerimentos de informaçao aprovados, mas se nao conseguiram apurar nada é porque foram incompetentes na elaboraçao."




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