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Relaçoes entre EUA e Ira apresentam novas dificuldades
Do Diário do Grande ABC
14/03/2000 | 13:30
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Após várias demonstraçoes recíprocas de abertura, as relaçoes entre o Ira e os Estados Unidos pareciam voltar ao ponto de partida nesta terça-feira, quando Teera denunciou energicamente a manutençao das sançoes econômicas que Washington anunciou em seu encontro.

A decisao da Casa Branca de prorrogar por um ano as sançoes que proíbem principalmente as companhias petroleiras americanas de qualquer comércio com o Ira foi energicamente denunciada pelas autoridades iranianas.

A prorrogaçao está ``em contradiçao com as recentes declaraçoes de responsáveis americanos', afirmou o porta-voz do ministério das Relaçoes Exteriores Hamid-Reza Assefi, destacando que esta decisao mostra ``a falta de sinceridade' dos Estados Unidos.

Durante quase um ano, Washington reiterou sua disposiçao quanto a ``um diálogo político com Teera', mas o Ira impoe precisamente a suspensao das sançoes como condiçao prévia.

Teera pede negociaçoes econômicas com os Estados Unidos, para onde deseja exportar gás natural, e nao considera as relaçoes políticas existentes como um obstáculo.

A rádio pública iraniana qualifica de ``sinal hostil' a decisao americana. Washington continua ``criando crise e instabilidade no Ira', acusou, retomando uma linguagem mais própria do passado.

As relaçoes melhoraram nos últimos tempos, começando pelas culturais e esportivas, desde a ruptura das relaçoes diplomáticas em 1980, depois da tomada de reféns na embaixada dos Estados Unidos, em Teera.

Os Estados Unidos, por meio da secretária de Estado Madeleine Albright, acolheu favoravelmente a vitória dos reformistas na legislativas de 18 de fevereiro, no Ira.

Um dirigente americano, que pediu para nao ser identificado, deu a entender na ocasiao que as importaçoes de produtos importantes da economia iraniana, como o caviar e o pistache, seriam autorizadas.

Mas se vários dirigentes reformistas, incluindo Mohammad Reza Khatami, irmao do chefe de Estado e o grande vencedor das eleiçoes, considerarem uma ``diminuiçao da tensao' com os Estados Unidos, o Guia da República e número um do regime islâmico, Ali Khamenei, manterá sua intransigências contra ``o poder da opressao mundial', termo oficial usado para se referir aos Estados Unidos.

Para justificar a manutençao das sançoes, o presidente Bill Clinton acusou o Ira de apoiar o ``terrorismo internacional' e ``socavar o processo de paz', mostrando novamente que a melhoria das relaçoes com Israel - que Teera nao reconhece - é a primeira condiçoes para a normalizaçao da situaçao.




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