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Eles são os Noéis do Grande ABC
Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
14/12/2014 | 07:01
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Um homem de barba branca, gordinho, vestido com trajes vermelhos e a bordo de um trenó guiado por renas. Esse é Papai Noel, símbolo do Natal, mas não necessariamente. Com a campanha Papai Noel dos Correios, que completa 25 anos em 2014, todo mundo pode ser o Bom Velhinho e, no Grande ABC, centenas de pessoas estão incorporando a tradicional figura natalina.

Até terça-feira, das 9h às 17h, cartinhas especialmente escritas por crianças podem ser adotadas nas agências dos Correios. O prazo para a entrega do presente no próprio posto, que se encarrega do envio, com postagem gratuita, também se encerra dia 16. Quase 80 mil cartas foram cadastradas na Região Metropolitana de São Paulo.

A advogada Elisa da Silva, 33 anos, mora no Tatuapé, na Capital, mas trabalha em Santo André, onde se encarregará de atender a três pedidos que chegaram na agência instalada na Praça 4º Centenário: o de Karine, 3, que sonha em ter uma bicicleta; o de Jorran, 6, que deseja dois bonecos – um do Transformers e outro do Homem de Ferro; e de Isaac, 9, que, quase pré-adolescente, quer um celular e um boné de aba reta. Em cada pacote seguirá uma cartinha que Papai Noel fez questão de responder. “No caso da Karine, por exemplo, que foi a mãe quem escreveu, contando que apenas o pai trabalha e a família não tem condições financeiras de presentear a filha, falei para que eles não percam a fé, que as coisas vão melhorar.”

Mais que sonhos, as cartas também relatam dramas já vividos por aqueles cuja única preocupação deveria ser brincar. “A mãe de Brian, 5, morreu de lúpus, o pai não quis conhecê-lo e ele mora com os avós. É uma satisfação poder levar um pouco de alegria a ele”, disse Yara Botelho de Carvalho, 35, que estava acompanhada pelo marido Airton Alves de Carvalho, 45. Os moradores de Santo André proporcionarão piscina inflável ao garotinho o que, certamente, alegrará muitos dias de verão.

O analista André Rieger, 47, também morador de Santo André, não conseguiu segurar as lágrimas ao lembrar o teor da carta de Igor, 5, que pediu um trator de brinquedo. O pequeno perdeu o pai, que foi assassinado. “Que o Igor tenha fé e acredite que tem gente boa e situações boas para se viver.”

Em Mauá, a vendedora Silvana Fôlego, 44, comoveu-se com a história de Wesley, que não informou a idade na carta. Talvez tenha esquecido de seus próprios detalhes para lembrar de pedir um vestido para a irmã e dois carrinhos para brincar com o irmão.

“A gente anda em um mundo tão violento, sem muita esperança, e essa ação resgata a magia do Natal”, falou o gerente de região de vendas dos Correios, Ronald da Silva Cavalcanti. Um gesto simples, mas capaz de transformar sofrimento na mais pura felicidade.




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