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Preso suspeito de ser o ‘maníaco do ABC’
Christiano Carvalho
e Mário César de Mauro
Do Diário do Grande ABC
19/06/2001 | 08:48
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O principal suspeito de ser o maníaco de Ribeirão Pires, o reparador de veículos Agnaldo Cavalcante de Souza, 43 anos, foi preso no início da noite desta segunda-feira pela equipe que trabalhava no caso, formada por cerca de 60 policiais civis do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), Delegacia Seccional de Santo André e Delegacia de Homicídios de São Bernardo.

O reparador estava em casa, na rua Diamantina, no Parque do Governador, em Ribeirão Pires, quando foi surpreendido. Souza teria a prisão temporária decretada por 30 dias, o que não havia ocorrido até o fechamento desta edição (0h). O prazo normal desse tipo de prisão é de cinco dias, mas pode chegar a 30 em caso de crime hediondo. Logo após ser detido, ele foi reconhecido por uma testemunha como o homem que teria abordado a estudante Edman dos Santos, 15 anos, no dia 30 de maio, na rua Valquíria, no Jardim Valentina, bairro vizinho ao Parque do Governador, nas imediações da rodovia Índio Tibiriçá, região onde ocorreu a maior parte das abordagens e das mortes de oito jovens desde 1999 (quadro ao lado). Todas foram assassinadas de forma semelhante: apresentavam sinais de estrangulamento e de violência sexual.

De acordo com o delegado titular de Ribeirão Pires, Luiz Carlos do Carmo, a localização da cédula de identidade de Patrícia de Araújo (uma das vítimas do maníaco), 24 anos, nas proximidades da casa de Souza foi a principal pista para que se chegasse ao suspeito. "A pessoa que encontrou o documento o deixou em uma padaria próxima, mesmo local onde a Leda (Aparecida de Souza, 17 anos, outra vítima) foi encontrada morta", explicou Carmo.

O delegado seccional de Santo André, Dejar Gomes Neto, que há dez dias determinou um reforço de 24 investigadores e 12 viaturas para as investigações do caso, diz que agora a prioridade é a busca de elementos materiais, ou seja, aqueles que comprovem de forma concreta a participação de Souza nos crimes. "A testemunha fala com convicção muito forte. Foi um trabalho exaustivo. Tudo leva a crer que seja ele o autor de pelo menos algumas das mortes", disse Gomes Neto.

Agnaldo Cavalcante de Souza, que trabalha em montadora da região, havia tirado o bigode após o assassinato de Edman, o que teria dificultado as investigações. Seu retrato falado e uma foto, divulgados recentemente pela polícia, ainda o exibiam com bigode. O reparador nega a autoria dos crimes.




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