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O que comer na segunda-feira

A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) acaba de instituir o “Dia do Churrasco” toda segunda-feira.

Wilson Marini
13/12/2009 | 00:00
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A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) acaba de instituir o "Dia do Churrasco" toda segunda-feira, "em casa ou nos restaurantes e churrascarias do Brasil". Está no site da entidade desde o dia 19 de outubro. A inspiração da campanha é rebater o movimento lançado em agosto no Brasil que divulga o "Dia Sem Carne" na segunda-feira.

Mudanças de comportamento em rede são um dos fenômenos sociais deste começo de novo milênio. A Abiec sabe disso. Representa o interesse de um setor que é o maior do mundo no ranking dos exportadores de carne. A médio e longo prazo, se preocupa com a silenciosa porém crescente articulação que se expande com inspiração do vegetarianismo e encontra eco entre os que se preocupam com os efeitos do aquecimento global. Mas a escolha é sua na segunda-feira como nos demais dias: com ou sem carne?

COM CARNE
Por que o "Dia do Churrasco" na segunda-feira? "Começamos a semana precisando de energia para o trabalho, esportes, estudos e outras atividades", diz a Abiec. "Além de saborosa, a carne é saudável e rica em nutrientes necessários para a saúde". Segundo a nutricionista Semíramis Martins Álvares Domene, da PUC de Campinas, em trabalho divulgado pela entidade, "mudanças que incluem consumo de pequena ou de nenhuma quantidade de carne podem trazer implicações importantes para o estado nutricional, especialmente no que se refere ao fornecimento de proteína e minerais como o ferro, e devem ser combatidas". Mais sobre o assunto em www.abiec.com.br

SEM CARNE
O movimento "Dia Sem Carne" afirma que é "um convite a redescobrir sabores, ampliar o repertório de alimentos e testar novas receitas". A campanha foi lançada com apoio de entidades como o Greenpeace e ganhou a adesão pública de artistas como Gilberto Gil e Marisa Monte. A Sociedade Vegetariana Brasileira afirma que a alimentação do dia-a-dia muitas vezes é pobre em nutrientes pelo simples desconhecimento da variedade de hortaliças e verduras disponíveis. "O consumo de comidas prontas facilitou a vida altamente urbanizada dos grandes centros, diminuindo o tempo gasto com a alimentação". Mais sobre o assunto em www.diasemcarne.wordpress.com.

COM OU SEM CARNE
Os frigoríficos enfrentam queda no consumo mundial devido à crise global e ao câmbio desfavorável. Há sobra do produto no mercado interno. Quem leva vantagem é o consumidor, que compra carne mais barata. Como se não bastassem as dificuldades econômicas, a indústria da carne enfrentará daqui para frente as evidências sobre o aquecimento global. Recentemente, o economista Nicholas Stern, referência para o governo britânico, declarou que a pecuária destinada ao consumo de carne representa "um desperdício de água e contribui poderosamente para o efeito estufa". É cada vez mais aceitável na ciência que o consumo de carne esteja associado às emissões de gás carbônico. Antes, comer carne era um problema de orçamento doméstico somado aos hábitos familiares e aconselhamento médico. Agora, passa também a ser um item na pauta que tenta salvar o planeta de um desastre. Não é à toa que a poderosa Abiec se mexa contra o "Dia Sem Carne".

GUERRA NO TRÂNSITO
O Jornal de Jundiai levantou uma importante bandeira: os acidentes no trânsito urbano e a participação das motocicletas nos índices. Somente um hospital da cidade atende 500 acidentados por mês em seu pronto-socorro, 70% deles em situações que envolvem motos. De janeiro a setembro deste ano, foram mais de 7.000 acidentes. A realidade nas demais cidades não é diferente. Cerca de 37 mil pessoas morrem por ano no trânsito no Brasil. Os custos sociais são altos e os prejuízos pessoais, idem. O maior fator de risco ainda é o comportamento dos motoristas - excesso de velocidade e embriaguez, entre as causas. A exemplo de Jundiaí, que deflagrou a campanha Paz no Trânsito, o assunto merece prioridade da imprensa, entidades e das autoridades locais. E conscientização dos motoristas.

INTERIOR PAULISTA E EDUCAÇÃO
São Carlos é referência para o Programa Escola que Protege, do Ministério da Educação, por meio do Laprev (Laboratório de Análise e Prevenção da Violência) da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). O programa orienta educadores sobre os possíveis sinais de violência na criança e na família. A ação, desenvolvida inicialmente em escolas municipais da cidade, servirá de modelo para 20 escolas paulistas em 2010, incluindo unidades da capital.




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