Setecidades Titulo Segurança
Trânsito da região mata menos do que o crime

Dados mostram que situação é inversa ao que ocorre no Estado

Por Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
29/11/2011 | 07:00
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As estatísticas divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, sexta-feira, referentes aos índices de violência registrados entre janeiro e outubro deste ano, revelaram que o número de homicídios culposos (sem a intenção) no trânsito superou o de assassinatos no Estado de São Paulo. No Grande ABC, a situação é oposta. Enquanto 4.303 pessoas morreram no trânsito paulista, 20% a mais que as 3.419 vítimas fatais do crime, a região contabilizou 198 mortes por razões intencionais, contra 142 falecimentos por acidentes de carro: 30% a menos.

Nas estatísticas, o Grande ABC aparece com destaque. O Estado tem taxa de 12,35 mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes. Nas sete cidades da região, o índice cai para 6,66. "É uma boa notícia", analisou o engenheiro de trânsito Horácio Augusto Figueira. Na Capital, a média é de 2,1 óbitos em acidentes para cada dez mil veículos. A região tem média de 1,2. "Sempre que fui para a região, tive boa impressão dos trabalhos que são feitos nas cidades", disse Figueira, ontem à tarde.

ESFORÇO

Comandante da Polícia Militar na região, o coronel Roberval França avaliou que o resultado é fruto das ações realizadas pelo poder público nos principais corredores de circulação. Operações que buscam conscientizar os motoristas, reparos dos equipamentos e aumento da fiscalização são as principais armas para manter os índices de morte no trânsito baixos. "Há um esforço", disse.

O problema é como evitar os acidentes. A frota só de carros particulares no Grande ABC cresce em média de 4.000 por mês, segundo o Departamento Nacional de Trânsito. Nos últimos dez anos, aumentou quase 75% o número de veículos. A população, no período, teve crescimento de apenas 8%. A frota total, incluindo ônibus e caminhões, pode chegar a 1,4 milhão em 2012.

"É necessário conter esse avanço, pensar mais no pedestre, no transporte coletivo. Certamente se o número de carros for contido, os índices do Grande ABC podem virar referência", disse Figueira. A média é de 3.400 carros por quilômetro quadrado na região, segundo a Polícia Militar. No Estado, cai para 1.700.

Para inibir acidentes, Roberval França disse que é necessário apostar na conscientização da população. A maioria das mortes é em decorrência da imprudência dos motoristas. Rachas e condutores alcoolizados são os maiores problemas. "Não estamos livres dos abusos", completou.




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