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Falta espaço nos shoppings da região
Por Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC
21/10/2006 | 18:42
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Investir em shoppings no Grande ABC continua sendo um bom negócio. Com mix consolidado e apelo publicitário maior, os centros comerciais conquistaram o público da região, que tinha o hábito de freqüentar lojas em São Paulo. O resultado é o baixo índice de vacância: hoje já é possível dizer que há poucos espaços disponíveis em shoppings do Grande ABC para investir.

Na análise do superintendente da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings), Luiz Augusto Ildefonso, os espaços vagos são raros porque a região tem uma realidade econômica superior à média nacional. “Por ser um centro industrial, o poder aquisitivo no Grande ABC é maior. Os lojistas, então, são atraídos por esse perfil econômico alto”, ressalta Ildefonso.

Apesar do interesse das lojas pelo público da região, os shoppings tiveram que investir em bandeiras de redes famosas, cinemas, áreas de lazer e praças de alimentação. Só assim o consumidor aceitou o convite de comprar em uma das sete cidades.

A dentista Andrea Rezende, de São Caetano, começou a freqüentar os shoppings de Santo André porque foi atraída pela diversidade de marcas. “Embora eu prefira a infra-estrutura dos shoppings de São Paulo, vou mais aos do Grande ABC porque não pego trânsito e encontro produtos de marca com preços um pouco melhores”, afirma.

Quem comemora a migração de clientes são os conjuntos comerciais. O ABC Plaza Shopping, em Santo André, já precisou fazer três reformas para expansão desde sua abertura, em 1997. Hoje, possui 305 lojas, entre elas, quatro âncoras e um hipermercado.

“O mercado é competitivo, mas conseguimos manter a vacância zero. Isso é um indicador da vitalidade do empreendimento”, afirma o superintendente do shopping, Henrique Carvalho. Segundo ele, a administração do ABC Plaza precisou recusar propostas de grandes redes por falta de espaço. “Há lojistas que já chegaram a negociar com outros comerciantes para abrir mão da loja”, completa.

No mesmo ritmo, o Shopping ABC, também em Santo André, só possui sete espaços vagos entre as 316 lojas, ou seja, tem vacância de 2%. “Nove lojas serão inauguradas em breve”, conta o superintendente do empreendimento, Antonio Carlos Ferrite Sampaio.

Menor e o mais novo da região – foi inaugurado há apenas quatro anos – o Mauá Plaza Shopping tem 15 espaços vagos, o que corresponde a 7% de vacância. Ao todo, o prédio possui 220 lojas, um hipermercado e duas lojas âncoras.

“Por ser o primeiro de Mauá, os consumidores da região precisaram criar o hábito de ir ao shopping. Hoje já recebemos 50 mil pessoas por dia, o que vai atrair novos investidores”, observa o gerente-geral do shopping, Fernando Rodrigues. De acordo com ele, a chegada da rede Lojas Americanas neste mês vai estimular os empresários a investirem no local. “Em breve, teremos vacância zero”. A nova loja terá 1,3 mil m² de área de venda e para ser instalada foram investidos R$ 2,5 milhões.

Com 700 mil visitantes por mês, o Shopping Metrópole, em São Bernardo, aposta no público das classes A e B. O prédio abriga 160 lojas, com duas grandes redes, e tem 11 espaços disponíveis para locação. Segundo a administração do shopping, cinco lojas já estarão locadas até o fim do ano.

O Shopping Metrópole estuda a expansão, porém ainda não há uma data definida.

Setor – De acordo com o Anuário Brasileiro de Shopping Centers, da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings), há 601 shoppings em todo o Brasil, sendo 193 deles em São Paulo, e 66 na capital paulista. No Estado há hoje 16 obras em andamento e oito em fase de projeto e aprovação.

Segundo a associação, não há dados estatísticos sobre vacância que abranja todos os shoppings. “Em média, a vacância no país variou neste ano entre 15% e 18%”, afirma o superintendente da Alshop.

Para Ildefonso, muitos shoppings enfrentam problemas com espaços vazios por causa do grande número de opções que os investidores têm. “Hoje, para o shopping negociar é uma verdadeira ‘queda de braços’. As lojas analisam, questionam, reivindicam preços melhores e qualidade na infra-estrutura”, observa.




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