O serviço foi criado para dar acompanhamento mensal ao desenvolvimento de crianças de 0 a 2 anos, bem como suporte às maes por meio de atividades educativas. Entre elas está o estímulo ao aleitamento materno e os cuidados que devem ter com o filho. Além disso, os profissionais também abordam assuntos como projeto de vida para as novas maes e planejamento familiar.

A pediatra Marisa Lazzer Poit, coordenadora do ambulatório, disse que o aumento da incidência de gravidez na adolescência foi um dos fatores que motivou a criaçao do ambulatório. No Brasil, 1 milhao de adolescentes entre 10 e 20 anos incompletos ficam grávidas a cada ano.

Ela explicou que o serviço também foi criado para que as maes tivessem um atendimento diferenciado. "Nas unidades de saúde, elas sao atendidas juntamente com maes mais velhas, que sempre acabam fazendo algum comentário que nao deviam."

"Nao agüentava mais escutar as frases 'você estragou a sua vida' ou entao 'você nao sabe cuidar de bebê porque é muito nova'", contou a adolescente Vanessa Ferreira Amâncio, 17 anos, que teve uma filha aos 16.

O ambulatório atende hoje cerca de 30 bebês, entre 2 e 5 meses. O atendimento é feito por alunos do 4º ao 6º anos do curso de Medicina, supervisionados por médicos pediatras que atuam no Centro, com apoio de enfermeiros e psicólogos.

Sao formados grupos de quatro maes e seus filhos para o atendimento. As reunioes sao mensais e têm duraçao de aproximadamente uma hora e meia. Os estudantes verificam a temperatura, peso e estatura de cada criança. Somente depois é que os bebês passam por uma consulta com o pediatra e é feito o encaminhamento médico, caso necessitem de exames ou medicamentos. Em seguida, um tema já definido previamente é discutido pelo grupo, que também conta com a presença de uma psicóloga.

A coordenadora do ambulatório explicou que a forma de atendimento (em grupo) foi escolhida porque normalmente todas as maes adolescentes têm características em comum e estao na mesma situaçao. "Um assunto sempre acaba interessando a mais de uma paciente." Segundo Marisa, no ambulatório, junto com as demais adolescentes, elas "se sentem mais amparadas e tranqüilas, conseguem apoio e nao sao discriminadas".

A maior parte das menores que freqüenta o ambulatório mora em Santo André, e a maioria dessas em bairros próximos ao Centro.