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Hospitais selecionam voluntários
Por Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
30/06/2005 | 07:51
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Os dois hospitais estaduais da região – o Mário Covas, de Santo André, e o Serraria, de Diadema – iniciam nesta quinta o recrutamento de voluntários. Ao todo, são 120 vagas para os interessados em atuar no programa de humanização do atendimento, nas mais variadas atividades, que vão de uma simples conversa com o paciente até aulas de dança.

A seleção é uma iniciativa da Secretaria Estadual de Saúde em 34 hospitais espalhados pela capital, Grande São Paulo, interior e litoral. A expectativa é atrair duas mil pessoas dispostas a contribuir com o trabalho solidário. O médico Ricardo Tardelli, da coordenação de Serviços de Saúde, explica que o voluntário é uma espécie de “amigo” do paciente. “O principal objetivo é facilitar a vida do paciente durante o período em que ele estiver no hospital. Coisas bem simples, que às vezes parecem pequenas, fazem muita diferença. Organizar uma fila de espera, ler uma história, bater papo. Tudo isso torna o atendimento mais humano.”

No Hospital Mário Covas, em Santo André, a atuação dos voluntários é realidade desde 2002. A AVCC (Associação de Voluntários para o Combate ao Câncer do ABC) é responsável pelos trabalhos e pelo recrutamento de pessoal. Hoje, é comum andar pelos corredores da unidade e encontrar mulheres de meia idade vestidas com o uniforme da entidade prestando auxílio aos pacientes ao lado da equipe médica. São 80 voluntárias que se desdobram para modificar o quadro de sofrimento que cerca os tratamentos, e na semana que vem o batalhão ganhará o reforço de mais 20 delas. A intenção é ampliar cada vez mais o raio de atuação do grupo, que dá suporte nos centros de oncologia, hemodiálise, ambulatório, cirurgia, infectologia e maternidade.

“O voluntário é uma espécie de elo entre o hospital e o paciente. A pessoa que se dedica a esse tipo de atividade tem que aprender mais a ouvir do que falar. Dar de si antes de pensar em si. Fazemos um trabalho que a equipe médica não tem condições de fazer, porque a correria é muito grande”, avalia a presidente da AVCC, Clotilde Dib, irmã do prefeito de São Bernardo. A entidade conta, ao todo, com 300 voluntários – a maioria esmagadora de mulheres – que atuam também em outros hospitais da região.

Entre as dezenas de atividades comandadas pelas mulheres solidárias no Hospital Mário Covas – dedicam no mínimo quatro horas semanais ao voluntarismo – estão as oficinas de artesanato, crochê, tricô, fuxico, bordado. Há também aulas de dança, maquiagem, e até um salão de beleza com manicure e cabeleireira. Sem falar na biblioteca ambulante, em que os livros são emprestados aos pacientes pelas voluntárias, nas festas e nas rodadas de bingo. Tudo ali é motivo para comemorar: dia das mães, dos pais, da criança, dos namorados, São João, São José, São Pedro.

O Hospital Estadual de Diadema, no bairro Serraria, ainda não implementou o trabalho de voluntários e abre vagas inicialmente para 60 interessados. As áreas mais carentes de solidariedade são a pediatria, para o monitoramento da brinquedoteca na escola de artes, ofício e computação que atende a comunidade dos arredores. Para trabalhar em qualquer unidade do Estado basta ser maior de 18 anos. Mas a presidente da AVCC, Clotilde Dib, lista outros requisitos aos candidatos. “É fundamental ter amor ao próximo e ser despido de vaidades. Só assim se é possível ajudar de verdade.”

Os futuros voluntários receberão treinamento para desempenhar funções dentro do hospital e podem escolher a área de atuação pelo grau de afinidade. Para trabalhar no Mário Covas, os interessados devem procurar a sede da AVCC; em Diadema, a seleção dos candidatos será feita pela própria direção do hospital estadual.

AVCC (Associação de Voluntários para o Combate ao Câncer do ABC) – rua Municipal, 106, Centro, São Bernardo. Tel. 4123-2171.

Hospital Estadual de Diadema – avenida José Bonifácio, 1.641, bairro Serraria. Tel. 4056-9000




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