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Condomínio arte
Sara Saar
Do Diário do Grande ABC
12/05/2011 | 07:14
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Orlando Filho


Com a ideia de embelezar o espaço urbano, o artista plástico sãocaetanense Rogério Dias, 43 anos, propõe-se a fazer releituras de obras consagradas e menos conhecidas em muros deteriorados.

Com início previsto para o fim do mês ou o começo do próximo, o projeto "Brasil - Galeria a Céu Aberto" será inaugurado no Condomínio Vila Rica 2 (Rua Santos, 343, Vila Santa Luzia), em São Bernardo. "O trabalho desenvolvido no condomínio servirá de portfólio para o projeto. Estamos buscando patrocínios para colorir também outros espaços do Grande ABC e da Capital como escolas e creches", declara o artista, que assina com o pseudônimo de Arte Poesia.

A ideia nasceu de um convite do coordenador de marketing Fábio Bruno, 35 anos, que mobilizou os vizinhos. "Eles se interessaram pela proposta cultural. Todos aceitaram", afirma o morador. "Pelo mesmo valor, faríamos uma pintura lisa, de apenas uma cor. Com o trabalho do Rogério teremos um ambiente mais agradável".

Dias logo se interessou. Ele havia feito trabalho parecido, com função social, na comunidade de Heliópolis, em São Paulo. "Pintei o muro externo da Emei Otávio José da Silva Júnior ao estilo de Romero Brito", recorda.

E a iniciativa gerou imediata conscientização entre os moradores: 'Olha, o muro está bonito e a minha casa, não'. Segundo Dias, a arte tem capacidade para mobilizar a população a transformar o paisagismo.

Hoje, os muros do Condomínio Vila Rica 2 estão preservados enquanto estrutura, mas precisam da mão do artista. Em acordo, moradores cedem o muro e as tintas, enquanto Dias oferece a mão de obra.

O artista plástico usa pincel para se aproximar de variadas técnicas de acordo com as obras que ganham releituras. Como o tema será "Brasilidades", a primeira intervenção deve contemplar artes de nomes como Tarsila do Amaral. "Quero educar o povo brasileiro para que possa identificar o que é arte. Não só apresentar artistas consagrados, mas anônimos que são muito bons", aponta.

Segundo Dias, a pintura será realizada em espaços externos que favoreçam a visualização de todos, inclusive de quem passa na calçada. "Existem muitos que não têm acesso a este acervo. Agora, poderão observar as imagens da própria rua", afirma Fábio.

Além de unir as pessoas, que se aproximam para observar, a arte pode melhorar a qualidade de vida, conforme comenta o morador: "Ver uma pintura bonita em vez de um muro pichado certamente melhora o dia de quem está passando". E o artista plástico acrescenta: "Como os pichadores respeitam esta arte, a ideia é colaborar com a revitalização e a conservação dos espaços utilizados".




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