O meia Paulo Henrique Ganso, principal personagem do título estadual conquistado pelo Santos mesmo na derrota contra o Santo André, disse ontem que as provocações ao Atlético-MG ‘não passaram de brincadeira'. Ganso, Robinho e Neymar estiveram pela manhã na Capital para participar de gravações publicitárias. O trio curtiu muita farra até de madrugada. O ‘canhotinha' estava muito afônico de tanto comemorar e conceder entrevistas.

Segundo ele, as cutucadas de Robinho no técnico Luxemburgo, que comanda o Atlético-MG no duelo de volta pela Copa do Brasil, amanhã à noite - ‘Vanderlei, a sua hora ainda vai chegar' - não eram desafiadoras.

O goleiro Felipe também garantiu que era não nada sério e que ninguém quis ofender Luxemburgo. "O Luxemburgo é amigo de todos aqui. Não houve intenção de ofendê-lo. Ele me colocou como titular no ano passado. Eu era quarto goleiro do grupo. Sou grato a ele", afirmou.

Derrotados no confronto de Belo Horizonte (3 a 2), os alvinegros precisam ganhar de 1 a 0 ou 2 a 1. Uma da alternativas é obter a diferença de dois gols para chegar à próxima etapa do torneio.

FUTURO - O presidente Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro repetiu ontem que o Santos fará de tudo para segurar as maiores estrelas do elenco, especialmente Robinho. No entanto, ele acredita que não será fácil manter o Rei das Pedaladas, que pertence ao Manchester City. "Se depender de mim, todos ficam até o fim do meu mandado. A situação de Robinho é mais complicada. Os direitos pertencem aos ingleses e talvez seja complicado convencê-los a esticar o prazo do empréstimo", declarou.

Quanto aos demais jogadores, Luís Álvaro reafirmou que não chegaram propostas oficiais do mercado internacional provavelmente interessado em levar alguns dos Meninos da Vila. "Falam muito, mas não recebemos consultas concretas", contou o dirigente. O contrato de Robinho acaba em agosto.

Enquanto isso, o Santos resolveu baixar os preços dos ingressos para devolver as pressões ao Atlético-MG. As arquibancadas custam R$ 20 (meia, R$ 10). Os bilhetes estão disponíveis na Vila Belmiro e nos vários postos credenciados.

Diretoria alvinegra chama Pelé para atrair novas parcerias

A diretoria do Santos classificou a conquista do título paulista como épica. A ideia é aproveitar o bom momento e badalação toda em cima da equipe - considerada sensação do futebol brasileiro no primeiro semestre - para colocar em prática uma ação ousada: manter o atual grupo no Campeonato Brasileiro e, quem sabe, na Copa Libertadores de 2011.

O primeiro convocado para encabeçar o projeto é ninguém menos do que Pelé. A

intenção é usar a imagem do Rei como espécie de garoto propaganda de um fundo de investimento que dará suporte financeiro capaz de bancar as permanências e Robinho, Neymar, Paulo Henrique Ganso e outros. Menos de 24 horas depois de sair do Pacaembu como campeão estadual, o presidente Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, já se reunia parceiros para viabilizar as propostas. "Queremos Pelé envolvido nesse trabalho. Trata-se do maior jogador e do maior ídolo da história do futebol mundial e que está diretamente ligado à história do Santos. Ele pode ser, sim, nosso garoto-propaganda", afirmou o dirigente, que fala em juntar investidores que,

juntos, levem aproximadamente R$ 40 milhões aos cofres do clube. O dinheiro seria utilizado para contratar e, principalmente, manter a

base atual. No entanto, é preciso vencer algumas etapas. Sabe-se que uma delas é ver o projeto aprovado pela

CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Outra é o sinal verde da Gestão Unificada de Inteligência e Apoio (Guia) - grupo de importantes executivos que auxiliaram na eleição e dão apoio à presidência do Alvinegro.

Além da preocupação em manter Robinho, Luís Álvaro parece otimista quanto Neymar. O empresário Wagner Ribeiro também não encara a suposta negociação para o futebol internacional como prioridade na carreira do garoto. O pai do atleta concorda. Isso pode facilitar os desdobramentos. "Usamos o exemplo do Robinho. Mostramos ao pai do menino como é fundamental ganhar títulos e conquistar a torcida antes de ir embora", esclareceu o presidente. (Da AE)