O presidente Lula reafirmou no domingo que colocará um ponto final no caso que envolve a extradição do ex-ativista Cesare Battisti para a Itália somente após o STF (Supremo Tribunal Federal) publicar o acórdão, ou seja, a síntese do julgamento. Na quarta-feira, a Corte autorizou a extradição, mas deixou a palavra final sobre a entrega do italiano para Lula. "Não comento Battisti, porque não recebi sequer a decisão da Suprema Corte."

Lula, porém, avisou que após inúmeros palpites caberá somente a ele próprio a decisão final. "Quando receber, tomarei a decisão. Ou seja, todo mundo já deu palpite no caso Battisti. Agora, a decisão é minha."

Em entrevista em Salvador, na sexta-feira, o presidente havia se posicionado sobre o assunto. "Não é algo que possa ficar insinuando. Tenho de fazer, vou fazer, e quando fizer toda a imprensa brasileira saberá."

Acusado e condenado à revelia na Itália pela autoria de quatro homicídios na década de 1970, quando integrava a organização PAC (Proletários Armados para o Comunismo), Battisti cumpre prisão preventiva em Brasília desde 2007.

Segundo assessor do Planalto, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, teria dito a Lula não ver problemas diplomáticos no caso de recusa do Brasil em extraditar Battisti.