Cultura & Lazer Titulo Entrevista
Giba quer romper
modelo em Diadema

Novo secretário de Cultura planeja elevar nível de atividades e
revisar gastos, além de revitalizar espaços culturais da cidade

Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
21/01/2013 | 07:00
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Rever gastos e aumentar o nível das atividades oferecidas é a meta de Gilberto de Souza Moura, o Giba da Cultura, secretário de Cultura da nova gestão municipal de Diadema. Pelo menos nos seis primeiros meses, enquanto levanta projetos novos e toma pé de "como andam todas as outras situações" dessa área na cidade.´

Sem planos concretos ou prazos definidos, Giba, em conversa com o Diário, comenta o que espera fazer como titular da Pasta. A reportagem é a primeira de uma série de bate-papos com os responsáveis pelas secretarias de Cultura das sete cidades da região e os seus planos para a nova gestão. A cada segunda-feira, uma nova entrevista.

"Hoje temos várias dificuldades na área. Se a gente passar pela estrutura da Cultura, os espaços físicos, vemos que está inteiramente deteriorada. O Centro Cultural Vladimir Herzog (no Jardim Campanário), por exemplo, está completamente acabado, inviável para a realização de qualquer atividade. Tem infiltração de água, telha quebrada, falta pintura, não tem papel nem saco plástico. Todos os centros culturais estão feios, derrubados", lista ele, que no início do governo percorreu os equipamentos culturais de Diadema ao lado de uma empresa responsável por levantar as avarias e as reformas necessárias para cada local. Até agora o resultado dos estudos não foi apresentado.

Em alguns centros, independentemente de orçamento, vamos buscar empresas e profissionais do entorno para, junto com artistas, fazer um mutirão e dar uma melhorada nesses espaços tanto interna quanto externamente."

BIBLIOTECAS
Um dos projetos novos diz respeito às bibliotecas municipais. Para Giba, elas estão às moscas "porque têm apenas dois ou três que desenvolvem praticamente nada, ficam esperando a visita das pessoas."

Além do incremento que esses espaços receberam no ano passado do Ministério da Cultura - R$ 880 mil para aquisição de móveis, computadores e novos títulos -, a ideia é renovar a relação deles com a comunidade. "Acreditamos em um modelo em que a sociedade interaja com a biblioteca. Música, contação de histórias, teatro, internet, encontro com autores, para adultos, jovens e crianças, tudo isso deve ter."

Prestes a lançar o programa 'Biblioteca e Centros Culturais Vivos', ele quer agitar os espaços com a valorização dos artistas locais.

MAIS ENSINO
Outro plano do secretário diz respeito às aulas ministradas na cidade. Além de aprimorar os profissionais das oficinas culturais disponíveis, ele deseja reforçar o nível da formação. "Hoje, nós oferecemos só o processo sensibilização. Em algumas áreas, temos que dar direcionamento para o ensino, criar módulos, o básico, o intermediário, o avançado. Isso não quer dizer que toda oficina prevê a profissionalização. Só queremos dar a possibilidade da pessoa escolher, depois de aprender, se ela quer seguir carreira ou não. Hoje, por exemplo, todo mundo que participa das oficinas de música da cidade não tem condições de chegar à Casa da Música, onde o nível dos músicos é profissional."

REDUÇÃO
A ideia do secretário é encontrar alternativas para diminuir os gastos dos cofres públicos com as instituições conveniadas com a Prefeitura, entre elas a Companhia de Danças, a Escola de Dança Passo a Passo e a Jazz Sinfônica. O desafio é fazer isso sem reduzir o serviço prestado. "Hoje gastamos cerca de R$ 3,3 milhões com meia dúzia de ONGs e associações. Mais cerca de R$ 4,5 milhões com recursos humanos. Não há flexibilidade nenhuma. O que está previsto nesses contratos é a questão da formação, mas bancamos as estruturas físicas e administrativas dessas entidades. É um ponto que temos que rever para otimizar os recursos, que são poucos. Não é justo gastar R$ 4,5 milhões só com RH para atender a 0,5% da população."

Para 2013, o orçamento de Cultura é de R$ 11,1 milhões. A alternativa, segundo o secretário, é buscar mecanismos de apoio para esses grupos. "A Cultura vai ter que ter autonomia de implantar novos projetos. Podemos usar o Plano de Cultura, entrar em projetos do governo do Estado ou do governo federal, além de pedir apoio a empresas. Precisamos promover essas relações."

Outra necessidade, segundo o secretário, é pensar em um novo meio de contratação desses funcionários, pois já houve muito processo trabalhista. "O momento é de romper com o modelo. Não sei se podemos criar fundação ou outro vínculo. Não queremos enxugar, queremos rever a forma de contratação, pois está gerando desgaste."

COMUNIDADE ARTÍSTICA
Agente cultural de carreira, além de professor formado em Letras, Giba já atua na cultura em Diadema há décadas. Como ator, participou do filme 'Pixote - A Lei do Mais Fraco'. "Eu sou produtor cultural, prego botão também. No dia 23 de fevereiro vamos fazer um grande encontro de trabalhadores e simpatizantes da cultura. O propósito é dizer que a cadeira da Secretaria de Cultura é da cidade. Todos vão ser protagonistas desse processo. No ano que vem, inclusive, vamos fazer orçamento participativo.




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