Política Titulo Daqui 4 anos
Filippi e Regina Miki despontam no PT

Deputado e secretária nacional de Segurança saem na frente para tentar retomar Paço de Diadema

Por Rapahael Rocha
do Diário do Grande ABC
05/11/2012 | 07:09
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A derrota histórica do PT na eleição para a Prefeitura de Diadema fez emergir dois nomes no diretório para tentar retomar o comando da cidade daqui quatro anos. O ex-prefeito e deputado federal José de Filippi Júnior (PT) e a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, surgem como favoritos a encabeçar candidatura da sigla para confrontar a reeleição de Lauro Michels (PV).

Filippi ganhou mais força para liderar o projeto de resgate da primeira cidade na história comandada por um petista - em 1983, Gilson Menezes chegou ao poder três anos depois da fundação do PT. Militantes e dirigentes influentes consideram o ex-deputado como único capaz de derrubar Michels no duelo eleitoral de 2016. Mais do que mostrar os avanços conquistados em seus três governos (1993-1996, 2001-2004 e 2005-2008), Filippi uniria o partido, pois é liderança formada e respeitada por vários grupos do diretório.

A questão é que Filippi não nutre desejo de gerenciar Diadema pela quarta vez. O deputado tem se preparado politicamente e administrativamente para tornar-se ministro. Fez pós-graduação na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Desde o ano passado, lidera discussão no Congresso para projetos inovadores de Mobilidade Urbana.

Ele foi cotado para assumir o Ministério das Cidades quando Mário Negromonte (PP-BA) saiu do governo de Dilma Rousseff (PT). O petista foi preterido por Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Mas não escondeu de interlocutores que deseja pleitear vaga na Esplanada em eventual segundo mandato de Dilma.

Caso Filippi não aceite concorrer pela quarta vez à Prefeitura de Diadema, Regina Miki tende a ser escolhida. Ela poderia levar às ruas dois discursos que minaram a candidatura de reeleição de Mário Reali (PT) - afilhado político de Filippi. Regina serviria como renovação do petismo e tem serviços prestados na Segurança.

Ela foi secretária de Defesa Social nas gestões de Filippi e se consagrou com o êxito da Lei de Fechamento de Bares às 23h. Apesar da legislação ser de autoria da ex-vereadora Maridite Cristóvão de Oliveira (PSDB), Regina colheu os louros pela eficácia da aplicação da regra. Em dez anos, o município conseguiu reduzir drasticamente os índices de violência na cidade. Em 1999, Diadema registrou 102,8 homicídios dolosos (com intenção de matar) a cada 100 mil habitantes. Doze anos depois, o número foi de 9,52 assassinatos a cada 100 mil moradores.

 

Após derrota histórica, futuro de Mário Reali é incerto

O fracasso na tentativa de manutenção da hegemonia petista em Diadema fez o futuro do prefeito Mário Reali (PT) ficar incerto. Militantes e dirigentes colocaram a derrota na conta do chefe do Executivo. Dizem que ele foi o principal responsável pelo revés na cidade tradicionalmente petista.

"É até bom o Mário começar a militar em outro lugar. Acho muito difícil ele voltar a ter força em Diadema", disse um influente petista.

Durante a campanha, quando o cenário mostrava o revés do PT, foi cogitada a hipótese de Reali integrar o secretariado do prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Arquiteto de perfil técnico, ele poderia até abocanhar diretoria de Habitação.

Mas a derrota por mais de 50 mil votos para Lauro Michels (PV) mudou o destino de Reali, que sequer deve disputar cargo de deputado estadual em 2014.




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