Para aumentar a fiscalização no Tancão da Morte – lago localizado no Parque Guaraciaba onde cinco jovens, com idades entre 12 e 17 anos, morreram afogados na semana passada –, a Prefeitura de Santo André colocou, ontem, um barco a motor nas águas do reservatório. O veículo será pilotado por GCMs (Guardas-Civis Municipais) que fazem a vigilância no local.

O equipamento ficará alocado todos os dias no espaço, do início da manhã ao fim da tarde, até que se encerre o verão. “A ideia é dar mais agilidade aos nossos guardas ao detectarem banhistas dentro dessa área proibida. Até então, para nossos agentes chegarem do ponto onde ficam até a outra margem do lago, onde as pessoas entram por trilhas clandestinas, era preciso ir por terra, o que levava tempo maior. Esse será mais um instrumento para evitarmos tragédias como a que aconteceu”, explicou o secretário de Segurança Urbana e Comunitária, José Luiz Martins Navarro.

Para utilizar o barco, que possui cinco metros de comprimento, três GCMs foram habilitados com a renovação de suas Arrais (habilitação para pilotar embarcações). “Não dá para falar que a tragédia seria evitada se o barco estivesse lá. Não é só colocar a embarcação na água, existe série de requisitos obrigatórios pela Marinha e Capitania dos Portos que temos de cumprir. Os guardas precisam ter habilitação e preparação para atuar. Se não tiver agentes qualificados, teríamos o equipamentos, mas, na hora necessária, não poderíamos usar”, disse Navarro.

Fora da época de calor, a embarcação ficará estacionada na base da GCM do Parque do Pedroso, próximo ao Tancão da Morte. “A gente acredita que no período do inverno não será necessário o equipamento no local. Mas vamos monitorar durante os outros dias do ano, conforme a temperatura e o clima, a necessidade de colocar o barco no lago. Nada impede que, ao ser acionada pelos guardas, a embarcação seja levada para lá a qualquer horário do dia”, comentou o secretário.

O barco também ficará à disposição do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) para verificar construções irregulares de casas na beira da Represa Billings, em áreas de manancial e na preservação da fauna e flora.