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Balada para manos e minas
Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
10/12/2004 | 09:01
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Os manos e as minas que curtem as manifestações culturais do movimento hip hop podem comparecer neste sábado e domingo no Sesc Santo André, dias da terceira edição do evento anual Indie Hip Hop. Na agenda, muito rhythm and poetry (ritmo e poesia), o rap, além de dança de rua e filmes. A programação tem entrada franca.

Nomes de peso do hip hop nacional marcam presença, como Black Alien e Mamelo Sound System. Hieroglyphics vem da Califórnia, Estados Unidos. A proposta do Indie Hip Hop é apresentar não apenas a vertente sanguinolenta do rap, mas também aquela que propõe soluções para os problemas sociais, o chamado rap positivo.

Outra idéia é mostrar que esse estilo musical não é mais como antigamente, na base das rimas e de colagens sonoras realizadas com discos de vinil. Hoje, os grupos de rap desenvolvem, por exemplo, pesquisas sonoras mais evoluídas, utilizando uma série de instrumentos.

Encontros - Del The Funky Homosapien, Souls Of Mischief, Casual, Domino e Pep Love integram o coletivo Hieroglyphics, uma das primeiras formações do gênero da cena hip hop underground norte-americana e há mais de dez anos na estrada. Eles tocam sábado e domingo.

Kamau e DJ Will também se apresentam nos dois dias. Integrante de três grupos (Instituto, Conseqüência e Simples), Kamau é um dos mais conceituados MCs brasileiros de freestyle, rap de improvisação de rimas. Will é um dos DJs em destaque na atualidade - ele é filho de KL Jay, do Racionais MCs.

Produtor e MC do grupo Mzuri Sana e do coletivo Rhima Rhara, Parteum faz um show no sábado com Rua de Baixo, grupo forte quando o assunto é hip hop alternativo. No mesmo dia tem De Leve e Max B.O.: o primeiro ataca de "politicamente incorreto", com letras polêmicas; e o outro vai de freestyle.

A programação de sábado tem ainda o encontro de Kamau, DJ Will e Cindy, 16 anos, MC do grupo Simples; aula aberta com a Cia. de Dança Discípulos da Rima, de São Paulo; e a exibição do documentário Aqui Favela, o Rap Representa, de Júnia Torres e Rodrigo Siqueira, que trata do hip hop em São Paulo e em Belo Horizonte.

Domingo - O Discípulos do Ritmo volta no domingo com o espetáculo Urbanóides.O filme do dia é Fala Tu, de Guilherme Coelho, documentário que registra o cotidiano e trata dos anseios de três rappers do Rio.

O coletivo Instituto, que mescla música brasileira com eletrônica, se encontra com Z'África Brasil - um dos integrantes do grupo é o DJ Tano, jovem de 21 anos formado nas oficinas promovidas na Casa do Hip Hop de Diadema e bicampeão do campeonato nacional de discotecagem Hip Hop DJ.

Outra reunião é do Mamelo Sound System, defensor do rap positivo, e de Black Alien, vocalista do Planet Hemp que acaba de lançar o excelente álbum solo Babylon By Gus - Volume 1: o Ano do Macaco.

Antecedendo a apresentação da Hieroglyphics, que encerra o evento, tem Kamau, DJ Will e Diego Beatbox - este, um novo talento nacional do beatbox, a arte de produzir pelas vias vocais sonoridades semelhantes a batidas e scratches.

Proposta - Dadas a continuidade e a programação de qualidade, o Indie Hip Hop se consolida com um importante evento do gênero. O fato de o evento ocorrer em Santo André leva a crer que o hip hop do Grande ABC poderia ter mais representatividade, já que a região é considerada referência no assunto. "Está nos planos da unidade do Sesc abrir espaço para novos grupos musicais, não só de rap e não só da região. O rap produzido no Grande ABC não está esquecido entre nós", afirma Ricardo Ribeiro, da equipe de programação do Sesc andreense.




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