Consumir ou apreciar arte é atividade da sociedade atual cada vez mais crescente. É uma realidade que se consolida no hábito das pessoas. Diante desse cenário, pode-se dizer que o Grande ABC conhece seu potencial em termos culturais? O público e os espaços da região estão preparados para receber uma arte de qualidade?

São questões que, mesmo antes de serem respondidas, sugerem busca de soluções. O Diário ouviu produtores e gestores culturais, artistas, distribuidora de filmes e público para entender o panorama local.

Em linhas gerais, há uma concordância em que faltam opções de qualidade, ao mesmo tempo que implora-se por formação de público.

Uma ferramenta para se obter respostas mais precisas é a realização de um censo cultural nas sete cidades da região. Essa é uma proposta antiga do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que permanece na gaveta.

Na terça-feira, dia 19, o Núcleo Estratégico de Cultura do Consórcio realizou nova reunião. O tema voltou à tona e foi definida a estratégia de captação de R$ 1,3 milhão para a realização do censo.

Mas ainda é só projeto. "É uma estratégia. Planejamos conseguir os recursos na iniciativa privada e poder público. Estamos estudando os caminhos", afirma a coordenadora do núcleo Ana Paula Bernardes, que é assessora de planejamento da Secretaria de Cultura de São Caetano.

O censo é uma pesquisa que prevê itens como o mapeamento dos equipamentos culturais, os hábitos do público e as atividades dos artistas locais. "É um desenho geográfico da arte na região", resume Ana Paula.

Mas o próprio núcleo do Consórcio caminha a passos lentos. As reuniões são mensais e a próxima será para ouvir quais as ideias de cada representante das cidades sobre a captação de recursos. A coordenadora não concorda que as ações sejam lentas. "Tudo tem de ser feito regionalmente", explica.

Outro assunto discutido na última reunião do núcleo foi o intercâmbio de projetos culturais e experiências entre as cidades.

Enquanto isso, a região vive uma realidade com pouca oferta de atrações de qualidade. E o público que já procura por essas atrações continua a encontrar alternativa na Capital.