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Bia Seidl leva sua elegância ao SBT
Por Roberta Brasil
Da TV Press
04/05/2003 | 18:51
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A beleza clássica e suave de Bia Seidl, que no passado foi mais lembrada por embalar comerciais do sabonete Lux, em nada remete às sogras ardilosas e mal-amadas que infernizam a vida das mocinhas de novelas mexicanas. Nem precisa. Para viver a rancorosa Leonor de Jamais Te Esquecerei, no SBT, Bia adotou uma linha de interpretação mais natural. As sobrancelhas arqueadas e cabelos armados com laquê, por exemplo, estão fora de cogitação. "Minha Leonor não é mexicana. Procurei humanizá-la e trazê-la para nossa realidade", diz a elegante atriz de 41 anos e com 20 novelas no currículo.

Segundo ela, o chamado para a novela mexicana, produzida pelo SBT, veio em boa hora. Ela já estava com saudades de interpretar uma vilã. "Nem me lembro qual foi a última", afirma, que viveu a dedicada Vera na temporada de 2001 de Malhação e vinha de uma longa sucessão de papéis do bem. Como a personagem da novela de Caridad Bravo Adams, contudo, Bia volta-se outra vez para o vilanismo. A sofisticada personagem é capaz das maiores maldades para separar seu filho Vítor, interpretado por Fábio Azevedo, da doce Beatriz, de Ana Paula Tabalipa. "Posso adiantar que ela não vai se redimir no fim. Será malvada até o último capítulo", diz, de forma bem-humorada.

De fato, Bia fala com a propriedade de quem já interpretou várias antagonistas. Viveu, por exemplo, a arrogante Luciana, de Louco Amor, de Gilberto Braga, em 1983, e a sombria Diana de O Sexo dos Anjos – ela era a Morte em pessoa na novela de Ivani Ribeiro, em 1989. Mas até hoje a atriz garante que é lembrada pela invejosa Gláucia, de A Gata Comeu, outra trama de Ivani, exibida na Globo em 1985 e reprisada em 2001. "Os vilões têm um função muito importante: servir de exemplo para que nunca sejamos como eles", afirma.

Falar textos traduzidos de uma obra mexicana não chega a ser um problema para a atriz: "É como fazer um papel escrito por um autor do nordeste ou do sul do país. Cada um tem sua cadência natural". O que a incomoda é o fato de fazer uma novela estrangeira e não uma nacional, prestigiando nossos autores. "A própria Ecila Pedroso, que traduz Jamais Te Esquecerei, é uma grande autora, talvez subaproveitada. Mas isso é assunto do SBT", diz.

Bia fez sua estréia na TV em 1981, na novela Jogo da Vida, de Sílvio de Abreu. Mais tarde, participou de produções como Mandala, Vale Tudo, Memorial de Maria Moura e Vamp, todas na Globo. Mas a atriz nunca se considerou uma atriz global. "Não fiz carreira de protagonista e nunca fui prata da casa na Globo. Então, tive de abrir outras frentes e vou para onde me chamam", afirma.

De fato, só no SBT, a atriz atuou em Sangue do Meu Sangue, em 1995, e Ossos do Barão, em 1997. Antes disso, na extinta Manchete, viveu a rival de Maitê Proença em Dona Beija, de 1986, que foi um de seus trabalhos preferidos. "É muito gratificante participar de obras bem feitas. Mas não tenho ilusões com a TV. Novela não é Tchecov, não é Shakespeare. É folhetim, entretenimento para as pessoas na hora do jantar", diz.

Bia acredita que falta apenas uma coisa na sua carreira: aprender a fazer comédia. Recentemente, ela até se arriscou na peça As Encalhadas, com direção de Bibi Ferreira. Mas reconhece que fazer rir é uma arte que não domina. "Adorei a experiência no palco e gostaria muito de experimentá-la na TV. Mesmo nas novelas cômicas que fiz, meu papel nunca era engraçado", diz a atriz, que atribui isso ao fato de a TV enquadrar o ator em categorias. "Existe um medo grande de arriscar. Dificilmente me chamariam para fazer uma prostituta, por exemplo", afirma.




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